quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
Quando o amor chegar
Quando o beijo do amor chegar, o abraço será quente, o coração ardente,
as mãos serão pássaros voando entrelaçados em asas de desejo
e no turbilhão dos sentidos, os poros da pele se confundirão...
As bocas serão botões de rosa, desabrochando em manhãs de Primavera
desfolharão beijos de perfumes etéreos...
Os sonhos ficarão tatuados nos corpos dos amantes
Os seus cabelos juntar-se-ão numa enorme trança que correrá até ao mar
e este se unirá ao céu num infinito de Amor...
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
Quando a tristeza se esvai
Quando a tristeza se esvai
ficam pingos de lágrimas desenhados nas páginas do livro da vida
fica a miragem de um deserto sem nome num romance nunca lido
fica a esperança marcada num olhar cruzado na praia
ficam as pegadas no areal escaldante e um mar de promessas sem sentido
ficam as dores de um parto e uma solidão torpe e amarga
fica aquilo que foi e que nunca era
fica uma imagem de um abraço desenhada numa nuvem que passa
E depois...
resta a dor a ser curada
o amor em frascos de bálsamos
uma mão amiga que nos diz:
-Vem comigo! Te levarei a lugares que nunca viste!...
E a tristeza se esvai..
a felicidade é uma Luz que se vislumbra bem lá no fundo...
e a esperança renasce em cores de arco-íris!
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
SONHO
No silêncio ensurdecedor da noite, perante o sussurro das paredes brancas e os gritos carunchosos dos móveis, adormecia e sonhava...
Tentava agarrar os sonhos e transcrevê-los para as folhas brancas, vazias, do livro da vida...
Arrancava dos sonhos as folhas rascunhadas, sujas de tinta e reescrevia-as com tinta sanguínea do coração...
Acordava, agarrando as manhãs, ao respirar das madrugadas, e sentia o fôlego trazido pelo vento para renascer num novo dia...
Agarrava os dias com as forças que encontrava na promessa de dias de Luz...
Até que a noite se debruçava sobre ela para lhe contar ao ouvido segredos de amor...
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
Vida
Vida que corre nas veias, rubra, inundada pelo néctar vibrante de fogo escarlate
Pulsante coração de uma alma perdida, esquecida, viajando nos meandros dos tempos
Busca caminhos no ritmo das águas nascentes no parto quente de Deus
Luz que vislumbro intermitente num país que não habito
Senda que percorro para encontrar o mais Alto e Poderoso
Magnificência sobre a face oculta do meu Ser ao qual pertenço mas não me dou
Matéria que se move numa Terra estranha
Procura constante de mim...
terça-feira, 22 de novembro de 2016
Reencontro
Encontraram-se as duas no cais da vida...
Maria menina
Maria mulher
Olharam-se
Já quase não se reconheciam...
As marcas do tempo estampadas no olhar...
Olharam-se e viram-se!
Maria menina trazia uma mala cheia de muitas cores de sorrisos, muitos perfumes de risos, muitas borboletas de alegria, muitos sonhos desenhados, muitas flores de esperança e muitos doces de inocência...
Maria mulher carregava uma mala pesada na bagagem...
Nela trazia toneladas de livros escritas com lições de vida, várias espécies de caixas de desilusões, cofres de segredos fechados a cadeado, sacos de amores frustrados, versos de sonhos desfeitos...
Caminhavam lado a lado no cais da vida...
No meio do cais, Maria mulher deixou para trás Maria menina, esquecendo-se dela...
Naquele dia, porém, encontraram-se nesse cais da vida, olharam-se e recordaram-se...Maria mulher desfez a sua bagagem e deixou para trás...
Agora caminhava lado a lado de mão dada com Maria menina nesse longo cais da vida!...
sábado, 19 de novembro de 2016
Encontros e desencontros
Encontros e desencontros nas esquinas da vida...
Pegadas na areia da praia apagadas pelas ondas do mar...
Sonhos desfeitos...
Farrapos de folhas secas de Outono numa alma cansada...
Atiradas ao vento...
Vazios deixados na cadeira do tempo...
Encontro num abraço
Desencontro da indiferença fria de alguém que passa na nossa linha da vida...
O comboio sempre retomará a sua viagem em busca dos sonhos desfeitos nos desencontros da vida...
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
Apocalíptico
Naquele dia acordou mais cedo...
Inexplicavelmente, sentia-se agitada...precisava sair, algo se passava lá fora, tinha a certeza disso!
Espreitou pela janela e o que viu provocou-lhe um arrepio, um misto de susto, fascinação e esperança!...
A luz da manhã brilhava intensamente, como nunca tinha vislumbrado na vida...quase queimava a vista! Flores cresciam por todo o lado a um ritmo frenético... Inúmeras naves espaciais espalhavam-se pelo solo e delas saiam pequeninos seres inundados em Luz de olhos enormes que se abraçavam, rindo e brincando, intensificando a Luz..
No parapeito da sua janela espreitava um desses pequeninos seres luminosos...
O pequeno ser de Luz aproximou-se do seu ouvido...o primeiro instinto, que tinha sido de medo, desvaneceu-se imediatamente...Uma enorme Paz envolveu o seu ser!
Agarrou-lhe a mão com a sua mão brilhante e macia e perguntou-lhe:
- Queres vir comigo para o Planeta dos Afectos...Há muito que aqui neste planeta Terra se esqueceram dos afectos. Os homens esconderam-se atrás do medo e o amor foi esquecido...os humanos afastaram-se, não mais se beijam, se tocam, se abraçam, se amam..as flores murcharam!,,,
No meu Planeta todos estamos ligados pela Luz do Amor, não existe medo...o Todo é Tudo e o Tudo é Um...não há medo, pois nada está separado! Vivemos dentro dessa Luz...
E, agarrando-lhe a mão, entraram na nave que oos transportaria ao Planeta do Amor...
sábado, 12 de novembro de 2016
Pintei-te num quadro
Pintei-te num quadro e pendurei-o na sala do coração com a janela entreaberta
Entraram e saíram pinceladas com a brisa de vento através da janela semicerrada...
Um dia acordei...
Tinha-te sonhado no quadro completo
Nesse dia tentei desenhar-te inteiro...
Mas o ruído da estrada entrava pela janela entreaberta e esqueci-me do teu rosto...
Entreguei a pintura do teu quadro ao Sonho...
Talvez possa ele rebuscar-te na tela que agora permanece vazia e gasta pelos anos...
Sabia os teus traços, pois ardiam vivos dentro de mim, tentando sair
E no quadro permaneceste um esboço, aguardando pincéis de cores vibrantes que te tatuarão em mim...
Guardo-te na memória das minhas cores...
quarta-feira, 9 de novembro de 2016
Sombras do ser
Todos os dias cresço...
Comigo vão crescendo os pelos da alcatifa da sala, impregnada dos meus passos, cresce o pó acumulado nos livros que me observam nas estantes, ansiosos por me dizerem as palavras que dormem esquecidas nas páginas...As plantas vão crescendo ou murcham, como que respondendo aos estados de alma que por ali vagueiam...
Os móveis ficam enormes perante a pequenez do meu Ser e a luz brilha, trémula e doce...Pelos poros das paredes pintadas jorram sonhos e gritos de socorro...agarro-me à almofada e sonho, perante o miar do gato que adormece aos meus pés, pelo espanto do silêncio que invade a casa...
Os cheiros vão e vêm por entre velas ou incensos...o jantar tarda pela espera da companhia, e acaba por torrar no fundo de uma panela gasta pelo tempo...a casa arrumada e a visita que nunca chega!...
Então a solidão agiganta-se e toma a forma das sombras...adormeço ao som dos acordes dos anjos...
Acordo e adormeço no ritmo cadenciado dos dias...esqueço-me de mim ou encontro-me...e no silêncio cresço e abraço-me! No colo dos deuses encontro o Amor!
terça-feira, 8 de novembro de 2016
Marioskas
Sou uma Marioska...
dentro de mim tenho Marias de todos os tamanhos
Maria menina
Maria senhora
Maria sonhadora
Maria criança
Mariazinha
Maria grande
Maria triste
Maria alegre
Maria brincalhona
Maria séria
Maria pequenina
Maria bébé
Maria velhota
(..e tantas Marias na Marioska da vida...)
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
À procura da felicidade
Com a pressa de alcançar a felicidade
quantas vezes tropecei nas pedras do caminho!...
Quantas vezes me estatelei no chão e me levantei!...
Estranha quimera esta ilusão da felicidade!...
Que conquista efémera que se persegue em vão!...
Onde está a felicidade?
Será palavra inventada, sussurrada ao vento, momento fugaz, frase balbuciada, ou simplesmente nada?
Um dia encontrei-a...
estava quieta e calada ...
encontrei-a no sorriso de uma criança, no cantar dos pássaros, no bulício das copas das árvores ao vento, no perfume das flores, no barulho das ondas batendo na praia...e deixei-me ficar na felicidade dos pequenos nadas...que são tudo!
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
Persona
Quando retirares a máscara, ficarás nu...serás criança...
Essa persona que te obrigaram a colocar não és tu!!
E gritas, lá dentro...
E queres seres tu, sem máscara...
mas logo te afogas nessa água suja e pútrida onde te lançaram...com essa máscara que te sufoca...
E agora...
Tens medo, porque ficarás só, desprotegido sem ela...
E assim continuas sem coragem para deixares de ser actor no palco de teatro da tua vida!
Mas quando finalmente decidires retirar a máscara...
SERÁS TU!
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
SONHOS E BOLAS DE SABÃO
Gastei o Sonho...
Agora ele mora lá em cima numa bola de sabão, prestes a rebentar...
Tenta chegar até ti...lá longe onde habitas...
Vejo-te e aceno-te à distância...
fico sentada à espera...olhando os sonhos dentro das bolas de sabão...
Vão e vêm, aumentam ou desfazem-seno vento...
Outros sonhos se aproximam e sussurram baixinho:
"Estamos aqui! Não deixes os sonhos morrerem...
Tu tens força para agarrar todas as bolas de sabão do Mundo que carregam os teus sonhos!"
Os meus espelhos
Moro numa sala que tem três espelhos.Os três falam comigo.
Um diz-me que sou feia, que sou bonita ou assim-assim, que sou mulher adulta ou que sou criança, que estou triste ou estou alegre, que estou a chorar ou estou a rir...mas que sou sempre aquela menina de cabelos castanhos escorridos, de olhos curiosos e perplexos, querendo conhecer o Mundo e saber porque está em frente ao espelho...Procuro o meu reflexo e deixo que essa imagem exterior por vezes, esqueça e mascare a imagem interior...
O segundo espelho ri-se...diz que as outras pessoas dizem que "ela é isto ou aquilo", "ela pensa que tem razão, mas engana-se", "nós é que sabemos, pois nós é que a vemos!"...E o reflexo do espelho não pára de falar e papaguear, tal como as coscuvilheiras dos pensamentos e línguas imparáveis...
O terceiro espelho está calado e observa no silêncio...Ele diz que os outros dois estão muito enganados...o que o primeiro vê não é o reflexo de mim, apenas um pequeno retrato personificado...
O que diz o segundo é ignorado, um reflexo deturpado, imensos olhos formam esse espelho...
O terceiro espelho diz baixinho que dentro dele está uma imagem que só ele consegue ver... Lá dentro, bem dentro da sua concavidade, está uma divindade, talvez uma borboleta em metamorfose, talvez um botão de rosa a desabrochar, talvez uma estrela tentando brilhar, talvez um pássaro tentando voar, ou apenas uma criança a querer se soltar, brincar e sair correndo pelo mundo, espalhar Amor e gritar bem alto!...
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
Inspiração
Menina que sou, escrevo sem pensar, as palavras florescem...
das entranhas são arrancadas como raízes de uma terra fértil de sementes...
Escrevo as palavras nascidas onde moro..
Soltam-se versos como gritos, origens incógnitas nos confins de um Ser...
...e escrevo...
escrevo a alma que chora, que ri...
escrevo a angústia, a perda, a solidão, saudade, o amor...
Estranho o som das palavras, as imagens atordoadas...
estremece o ser...
Possuem-me velozes, insensíveis à razão...
Não param na loucura... agitam-se e quedam-se num papel amarrotado...
Não sei a sua origem...
Se loucura ou lucidez...
sexta-feira, 14 de outubro de 2016
Silêncio
Silêncio...
onde moram todos os sons...
Silêncio...
onde moram todas as perguntas, todas as respostas...
Silêncio...
onde mora a angústia, onde mora a harmonia...
Silêncio...
onde mora a solidão...
Silêncio...
onde mora o encontro, o reencontro do Ser...
No silêncio cala-se a noite, cala-se o dia, e adormece...
Mas desperta...
Sem tempo, sem espaço...
no infinito, onde os corações se tocam no segundo de uma inspiração...
e o toque divino funde-se num beijo invisível...
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
Saudade
Estranho sentimento este...
Saudade do que virá...
Saudade do teu olhar que não vi
da tua boca que não beijei
do teu respirar que não respirei...
e eu sou um rio de saudade do futuro que será...
dos beijos que ainda não te dei
dos abraços que tardam no espaço que nos separa...
das noites que se transformarão em dias
porque já durmo no teu ombro que ainda não senti...
Sentada na cadeira da esperança...
vejo apenas uma sucessão de dias e noites
..no peito adormeceu a saudade...
Sou uma onda
Sou uma onda que anda no mar
Onda para cá, onda para lá...
Ora calma, ora forte, ora doce, ora devastadora...
Sou uma onda que vai e vem...
Recolho-me ou espraio-me
Espreguiço-me ou deito-me na areia...
Choro ou rio...
Do grande Oceano nasci
Ao Grande Oceano voltarei um dia...
Já rasguei muitas marés
Chorei muitos naufrágios
Mas sempre resisti às tempestades
Fico neste ir e vir...
para cá, para lá...
Um dia vou bater naquela rocha que teima em não recuar...
Baterei com tanta força que até a estrela do mar se abrirá e sorrirá...
e do Mar imenso surgirá o Amor!
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
Inteiro em duas metades completas
Porque procurava?
Porquê essa busca vã?
Preenchimento dos espaços vazios do ser...
Sarar as feridas na hora da loucura...
Saltar fora e procurar, procurar...
Procurar o quê?
Procurar o que trazes dentro...
Respira...sente-te...
E agora podes dar-me a mão, o teu sorriso, o teu abraço...
Seremos inteiros em duas metades completas!
domingo, 9 de outubro de 2016
Acordou
...De repente acordou num corpo que não conhecia...
Sentia uma dor profunda, um choro lancinante a tentar irromper das suas entranhas...
Que caminhos teria atravessado para agora estar ali? Num sitio estranho, num corpo estranho...Doía-lhe a dor de se ter esquecido quem era, de onde tinha vindo...
Que matéria era aquela que a circundava, de ossos, de músculos, de carne...
Porque estava ali?
Sentia o peso daquele escafandro, dava passos lentamente, perplexo perante a cegueira dos sentidos.
Sabia que aqueles olhos lhe toldavam a visão...
Até que um dia, cansado de caminhar e indagar a razão porque estava ali, as forças começaram-lhe a faltar, o corpo doía-lhe, a visão limitava-o, sentia-se fraco, queria regressar, não sabia bem para onde...
Era tempo de abandonar aquela matéria feita de braços, pernas e mãos e espalhar a sua essência...
Fechou os olhos...Deixou-se levar...agora sabia para onde ia...
Só via Luz ...ele próprio fundiu-se com essa Luz!
segunda-feira, 3 de outubro de 2016
Não posso inventar o amor
Não posso inventar o amor...
Pudera eu pintar o amor nos corações vazios...
com pinceladas rubras de calor,
toques profundos de ardor...
Abrir os peitos fechados de dor...
Expandir as emoções
Soltar as crianças presas, há muito esquecidas...
Pegar no coração pincelado de amor e entregá-los nas tuas mãos..
Saberias entregar-me o teu?
Ou esqueceste-te de quem és?
Ai...se eu pudesse acordar o amor!...
domingo, 2 de outubro de 2016
Viajantes das estrelas
Errantes viajantes das Estrelas...
Renascidos, esquecidos de si na memória dos tempos...
Eternos sonhadores em busca de si mesmos...
Despertando, acordando para a Luz
atrás da escuridão...
Sementes das estrelas lançadas num Universo que construiram sem saberem
Eternos deuses esquecidos da sua Essência
Ignorantes sábios, torpes em seus passos atordoados e inconstantes
Caminhos que se cruzam para iluminar, mãos e abraços para se reencontrar
Tocam as estrelas com a ponta dos dedos...
A mente perde-os em pensamentos inconstantes...
Sofrem.perdem-se, amam e encontram-se e de novo se perdem...
Só o bater do coração Uno em Amor poderá fazer regressar ao Lar que mora dentro desses viajantes errantes...
sexta-feira, 30 de setembro de 2016
Magnificência
Sei que espreitas por detrás da lua...
Sei que estás lá e me olhas docemente...
Naquela noite senti a tua Presença...
No lago dançou o teu Espírito
Esplêndida, a Tua Alma mergulhou nas águas, juntando-se aos seres que nela vivem...
Cânticos de Anjos embalaram-Te no colo das estrelas...
E toda a Natureza conspirou para que surgisses na Luz da lua...
Resplandecente de Luz, surgiste por entre as montanhas, rompendo, sumptuosa,
E os corações rejubilaram de Alegria e logo se fez silêncio...
E o Amor vibrou mais alto...o Lago brilhou...e a Paz inundou!...
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
No colo de Deus
E no colo de Deus encontrar-me-ei...
E nesse afago terno e infinito espalharei o meu Ser...
Tudo se fundirá numa estrela...
E o Todo descansará...
Serei sonâmbula duma vida onde passeio, sonolenta, observando-me, atordoada pelos sentidos...
Jamais deixarei de procurar esse Sonho do Colo de Deus...
Cansada, desperto no Amor no relance desse olhar maior, desses olhos que me fitam docemente...
Deixa-me espreguiçar finalmente nesses braços que me esperam, abertos, para adormecer como criança que sou e que esqueci de ser! Deixa-me deslumbrar no Amor e na Vida!
sábado, 17 de setembro de 2016
E por essas estradas
..E por essas estradas a solidão...
E por essas estradas te encontrei e te deixei...
E nessas estradas dancei, descansei, corri...
E por essas estradas todas as pedras do caminho...
E por essas estradas todas as flores do Mundo...
E por essas estradas todas as viagens...
E por essas estradas todos os Sonhos...
E por essas estradas os sorrisos, os choros, os gritos de vida...
E numa estrada, no meio da encruzilhada, encontrei meu Ser...
E nessa estrada o Amor floresceu...
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
Sentada a beira de um poema
Sentada a beira de um poema
Beijei teus olhos
Olhos de Deus
O mar agora ja nao tem o som que tinha quando os poemas nao eram poesia
Agora ouco o mar dentro mim e sao oceanos
A cancao que outrora queimava o coracao acordou sonolenta e entoou bem alto o rugir das ondas
Agora fiquei sentada a beira do poema e sinto o crepitar da alma em chamas,
explosoes de tempestades avolumam se no peito
No final tudo se aquieta
Resta apenas o cheiro a terra molhada, o redundar dos tambores e o recolher dos frutos nos cestos
Beijei teus olhos
Olhos de Deus
O mar agora ja nao tem o som que tinha quando os poemas nao eram poesia
Agora ouco o mar dentro mim e sao oceanos
A cancao que outrora queimava o coracao acordou sonolenta e entoou bem alto o rugir das ondas
Agora fiquei sentada a beira do poema e sinto o crepitar da alma em chamas,
explosoes de tempestades avolumam se no peito
No final tudo se aquieta
Resta apenas o cheiro a terra molhada, o redundar dos tambores e o recolher dos frutos nos cestos
terça-feira, 6 de setembro de 2016
Nas tuas mãos
Trazes-me nas tuas mãos
Onde repousa o meu sorriso
Descansa o meu olhar no teu
Não sabes que percorremos o mesmo Sonho...
Um dia acordámos desse Sonho para vislumbrar o Mundo...
Nessa manhã decidimos caminhar de mão dada
Esqueceste...
Esqueceste das promessas que fizemos?
...Acabei seguindo só, perdida, por entre a multidão...
Sózinha no Cais das estrelas errantes, amando, para te encontrar...
A Vida tardava para nos juntar...
Eu nos cais das esperas, tu no meu Sonho...
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
Magia
Magia...
Quando o olhar penetra o olhar
Quando a pele respira pelos mesmos poros
Quando suor e sangue correndo nas veias se misturam, vibrantes
Quando as mãos tomam a forma dos corpos
Quando os fogos se entrelaçam
Quando o respirar se transforma num único suspiro
Quando os corações se tocam
Quando as almas partem juntas rumo ao Infinito
Quando se reconhecem e se transformam em chamas
Quando se tatuam no Amor
Quando o tempo deixa de ser tempo
Quando o espaço é o momento de ascender...
A Magia acontece!
domingo, 4 de setembro de 2016
Desperta
Desperta!
Desata os laços da ilusão onde dormes...
Solta o sonho e lança-o no ar!
Destapa os véus e toca o Céu!
Sente o perfume da poesia que a essência exala!
Mergulha no leito do rio de Deus
e escuta as notas das canções que musicam as águas...
Refresca tua alma e deixa que tua pele se arrepie na frescura da neblina divinal...
Acorda e vive no Sonho de Deus!
terça-feira, 30 de agosto de 2016
Desapareceste na névoa do tempo
Desapareceste na névoa do tempo...
Ficaram impressos na areia a sombra dos teus passos...~
Segui-os até à beira do mar...
Sentei-me a ver-te desaparecer no esfumar de um sonho
Na corrente das ondas desapareceste...
Vi-te luz pousada no fim do pôr-do-sol...
Fim de Verão...
Inicio do Outono de nossas vidas...
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
Quando o àmanhã chegar
Quando o àmanhã chegar...
Serei estrela para te iluminar
Serei, ar, vento e fogo para te abraçar
Serei asa de pássaro para te agasalhar
Lar para te abrigar
Erguerei um castelo no mar
E na imensidão do teu olhar irei mergulhar
Serei canção para te acalentar
Mãos para te curar
Braços para te elevar
Beijo para te beijar
Sonho para edificar
Ainda há esperança, amor, de te encontrar...
Talvez numa onda do mar...
Serei sereia para te encantar!
terça-feira, 23 de agosto de 2016
Rainha por um dia
Em seus sonhos fora coroada rainha ...
Numa noite em que os seus pensamentos se agitaram ao ritmo do batimento do seu coração jovem de principe, decidiu colocar-lhe a coroa...
No seu cavalo branco, possante de vida, semblante belo de Deus grego, pose nobre, bateu à porta do castelo...
A rainha já dormia...
Acordou com um beijo quente e trémulo, estremuhada e confusa perante o olhar doce de tão belo principe...
Bálsamos de eterna juventude, uguentos divinos, mel doce, sulcaram-lhe o corpo...
Pés de deuses transformaram-se em asas e os dois, rainha e principe, voaram para além do Infinito...
Lá do alto, subitamente, deslumbraram-se e fascinaram-se com a visão que tinham de si mesmos cá em baixo...
...Desceram, devagar, pés de barro eternizados em estátuas de coroas douradas ...para sempre, reis de sonhos segredados...
sábado, 20 de agosto de 2016
Ouvem-se murmurios
Ouvem-se murmúrios neste cais dos sonhos onde atracámos
Cais de estranhos...
Soltámos as amarras ao vento...
Ficámos aqui...deste lado...
escuto o vento...o rumor do mar...
quero perceber os mistérios que vêm de longe...
Murmúrios de pássaros sobre as copas das árvores
trazem notícias...
do outro lado do mar e do céu...
estou Eu, sentada, rodeada de Luz, segredos desvendados nas palmas das mãos...
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
Página em branco
Sou página em branco sem ponto final de uma história inacabada feita de mil histórias...
Leio-me nas entrelinhas...
Sou cama vazia, desfeita em lençóis de linho branco
Brancos, amarrotados, sulcados pelas marcas do tempo,
lágrimas secas em olhos de anjos auscultando o vazio...
Sonhos penetrantes nas ombreiras das janelas
espreitam e adormecem
esquecidos...
ficam apenas as páginas em branco de mil histórias sem ponto final para contar...
segunda-feira, 15 de agosto de 2016
Sopro de vento
Sopro de vento que vem de longe
Ecoa a Tua voz
Doce cântico dos Anjos
revolvendo a música do silêncio
Sonhos de uma vida
Em castelos de areia ao vento
Sopros divinos
insuflando Vida
num coração de ave perdida no Universo do Amor
quarta-feira, 10 de agosto de 2016
Vem ligar as estrelas
Vem ligar as estrelas logo à noite!
Deixa que caiam sobre a fresta do meu coração
e que cintile em raios de amor de todas as cores do arco-íris...
Sabes como gosto de agarrá-las e trazê-las bem junto ao peito
Quero sentir, quero sentir que ainda sou uma delas,
Não desligues já as estrelas!
Deixa chover as estrelas para dentro de mim!
Talvez possamos chover, cair com elas e iluminar o escuro que insiste em não as ver!
Vem ligar as estrelas do Céu!
quarta-feira, 3 de agosto de 2016
Ao sabor da pena
Ao sabor da pena...
minha alma escorre fios púrpuros de sangue
na nívea folha virgem de nada...
letras rubras de paixões que correm nos sonhos
das veias pulsantes de vida
arremessos vibrantes de folhas secas que se transformam em botões de flores perfumados
No cosmo dos corpos mora ainda juventude pulsante e as memórias perduram para além dos escombros da Vida...
sábado, 30 de julho de 2016
Numa esquina da vida
Numa esquina da vida...parei...
Tinha-te encontrado naquela luz sombria de todas as esquinas da vida...
Trazias no rosto o sorriso, nas mãos um coração com pressa de sentir...
Um arrepio doce tocava-nos a pele
Nos segundos duma esquina da vida, eras tu...
...talvez eu...
...talvez ninguém...
...talvez apenas um sonho...
Nessa esquina da vida te abracei para te deixar...
Perdi-me para me encontrar...
terça-feira, 26 de julho de 2016
Perfume
Perfume
num segundo de um abraço se cola na alma
se tatua na pele
invoca silêncios ao entardecer
fustiga memórias
arrebata histórias de outros tempos
Perfume
num segundo se evapora
permanece na ternura de um olhar
se cola na pele
em fotografias de um momento que perdura no tempo
quarta-feira, 20 de julho de 2016
Silêncio
Silêncio...
Céu infinito onde mergulho o Ser ao entardecer...
Encontro marcado comigo mesma...
Almofada onde descanso os sonhos...
Silêncio...
onde minha alma navega para lá de mim mesma...
Cortina que destapa o invisível visível para lá do Universo dos poros da pele...
Silencio,
respiro,
reencontro-me!
segunda-feira, 18 de julho de 2016
Soubesse eu...
Soubesse eu, guerreira, viajante intergaláctica, onde moras...
Trilharia a Via Láctea, desbravaria selvas, voaria por entre cumes de montanhas...
Só para encontrar a tua Casa...
aí plantaria um jardim, com relvados de estrelas e flores rubras de amor...
Soubesse eu...
Não estaria aqui, presa na ilusão que entorpece, pedra fria onde jaz uma alma errante...
quarta-feira, 13 de julho de 2016
Na noite só
Porque dormes, surda, muda, a meu lado, solidão?
Porque temes os meus dedos, porque afastas as memórias?
Memórias dos dias em que a infância guardava os risos, as brincadeiras saltavam por entre os nossos braços de criança?
Hoje dormes a meu lado, esqueceste que ainda tenho alma de menina que quer brincar, saltar, rir ?
Dormes, fria, indiferente a meu lado...acorda e vê!
Agarra as memórias dos dias felizes de criança e deixa-me brincar no sonho que tu queres que eu esqueça...
terça-feira, 12 de julho de 2016
O nosso olhar
Será que o teu olhar já encontrou o meu?
Será que se perdeu no meio dos outros olhares...
Será que quando o meu olhar se cruzou com o teu, Me viste?
Será que quando os meus olhos despertaram para o Mundo foi para encontrar os teus?
Será que o teu olhar se perdeu e o meu continua perdido?...
Será que os meus olhos são os teus? e a vida é vista pela lente que nos levou a ficar longe para nos encontrarmos um dia na paisagem dos nossos olhos juntos?...
terça-feira, 5 de julho de 2016
Espirais de Luz
Espirais de Luz
origens do Ser
Galáxias de um Universo de Amor
giram dentro de nós
sublimam o Som do Divino
Fundem-se numa única Energia
Calor, Luz, Som
Música de coros de anjos imperceptíveis na superfície
Ouvem os ouvidos da alma e cantam em coro...
Brilham as almas que se unem e recordam quem foram...
Juntam-se e resplandecem em uníssono
Somos espirais de Luz num Universo de Amor!
sábado, 2 de julho de 2016
Arrasto a alma
Arrasto a alma num corpo cansado de encontro às tuas mãos invisíveis,
quentes, ardentes de fogo,
chamas que brotam do coração e incendeiam as almas,
derretem-nas, fundido-as na combustão de corpos que não se conhecem mas que se chamam
na escuridão da noite, por entre teias invisíveis...
Arrasto-me até ao infinito de ti e de nós neste caldo escaldante do Amor
quinta-feira, 30 de junho de 2016
Mergulho
Mergulho sem medo
Presa numa loucura frenética
por fios invisíveis,
amarras que prendem
aos confins de um abismo profundo
Onde minha alma escuta o vazio
Onde o tudo é nada
e o nada é tudo...
Soltam-se as amarras e o que era vazio tornou-se azul
e o que era eu
é essência
Mergulho na loucura do Divino, perco-me no meu mar azul...
segunda-feira, 27 de junho de 2016
Dissolvemo-nos
Adormeci em ti...
Dissolvemo-nos na noite escura perante o foco de luz que ilumina as nossas sombras
As corujas lá fora no breu proclamam o segredo dos nossos corpos, o fulgor das nossas almas
Sabemos que nesse momento nos fundimos num só
Os seres que na noite vagueiam por entre os cedros, esperam, lânguidamente , sentados no parapeito da nossa janela, pelo acordar de uma nova manhã
Esperam...
e acordo em ti!
sábado, 25 de junho de 2016
No horizonte longíquo
De encontro a um horizonte longínquo
lá longe, onde minhas asas almejam chegar,
meus pés doridos de tanto caminhar
atravessam essa passagem...
Luz que penetra nos meus olhos que a vista não alcança,
lágrimas de saudade
da Casa, lá longe...
onde minhas asas querem chegar
e meu corpo, cansado, tarda em descansar na minha Casa, lá longe...
que os véus insistem em tapar...
quinta-feira, 23 de junho de 2016
Do outro lado de braços abertos
Sei que estás no outro lado da margem à minha espera...
Sei que a travessia será longa e demorada
As ondas conturbadas, tentarão fazer-me recuar
Sopros de vento tempestuosos poderão forçar-me a parar
Gritos de angústia soarão aos meus ouvidos tentando impedir-me
A travessia será solitária
Remarei contra ventos e marés para te reencontrar..
Sei que estarás do outro lado da margem, do outro lado de véu
para me abraçares de braços abertos
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