sexta-feira, 28 de junho de 2019

Há música nos teus cabelos



Sopram anjos nos caracóis dos teus cabelos...
Cantos celestiais percorrem-te o corpo até à ponta dos teus dedos...
Dedos músicos, dedilhando ao piano melodias de amor, que só almas ardentes entendem...
E as notas de música poisam levemente nos caracóis do teu cabelo...
Não ouves, não sabes...a força que te inspira a subir muito alto, pendurado nas asas de um anjo que te canta ao ouvido... até aos teus dedos, vibrando nas teclas de um piano...fluindo como a seiva da vida...

domingo, 23 de junho de 2019

Divagações

Estou aqui
Sons, cores, sentires...rodeando o meu ser...
Divagações da alma...
Sonhos que sei de cor...
Pôr do sol de sentimentos sem fim...
Ternura de esperas sem sentido...
Num banco cuja paisagem tento vislumbrar no refúgio da minha alma cansada...
Prenuncios de Verão em gritos de andorinhas que viajam para longe, procurando novos horizontes...para onde as minhas divagações me levam...

sábado, 15 de junho de 2019

Num conto de fadas



Gostaria de morar num conto de fadas...
Seria princesa adormecida e no meu sonho habitariam todas as histórias de encantar...
Cinderela, Branca de Neve ou a Pocahontas, a sereia Ariel, a Rapunzel ou a Sininho tudo o que, adormecida, sonhasse ...
Tal Carochinha à espera do João Ratão ou Cinderela à espera do seu principe, moraria nessa casinha dos sonhos...

...Mas eis que um dia, o encanto quebrou-se... os principes transformavam-se em sapos, depois de um beijo...
Voltava a adormecer, triste e sem esperança...e a sonhar...
De repente, eis que surge um Principe, montado num cavalo branco...ainda dormia, mas sentiu as suas mãos tocarem ao de leve nas dela e, debruçando-se sobre ela, eis que lhe dá um longo e terno beijo...
Acordou...
Agora iria viver o seu conto de fadas com o principe, felizes para sempre...até que todos os contos de fada acabassem...



quarta-feira, 12 de junho de 2019

Bom dia Vida!



- Bom dia, Vida! - disse, espreguiçando-se ainda sobre as almofadas...
Um raio de sol entrou pela janela, abraçado ao dia...
- Que me trazes hoje, Vida?
Sentou-se e esfregou os olhos, tentando agarrar o pequeno raio de sol nas mãos...
A Vida deu um grande suspiro e estremeceu àquela pergunta...
O pequeno raio de sol agarrou-se ainda mais ao dia, e escondeu o rosto ainda estremunhado no seu ombro.
-Bem, hoje...hoje - suspirou - vou dar-te algumas coisas que me tens dado também...bem, algumas...
Recostou-se no raio de sol que ainda se agarrava ao dia e pôs-se a pensar...
- Enquanto pensas, Vida, irei caminhar e aproveitar todos os raios de sol que o dia traz ao colo...
Saiu para a rua e nem reparou que a Vida a acompanhava, passo a passo...estava ali, viva e colorida nas pequenas coisas...nas flores, nas nuvens, no arco-íris, no azul do céu...
Percebeu, então, que não precisava perguntar-lhe o que tinha ela para lhe dar, pois tudo o que lhe poderia oferecer, toda a sua riqueza, estava ali perante os seus olhos...
Que mais poderia pedir à Vida?
Os últimos raios de sol, entretanto, tinham ido dormir nos braços do dia e as luzinhas da noite, acenderam-se...adormeceu, admirando a luz da lua.


sábado, 8 de junho de 2019

Sem destino



Sou passageiro sem destino nem hora marcada, deambulando numa terra desconhecida...
Sou brisa  de vento que corre para lugar nenhum..
Sou pássaro livre, sem ninho para pousar suas asas...
Sou nuvem que passeia, errante, e se perde no céu azul dos sonhos de criança...
Sou estrangeira na minha própria terra, a que nunca pertenci...
Sou filha de ninguém e mãe de todos os abraços...
Sou flor sem raiz, beija-flor e borboleta de asas ao vento...
Sou onda que vai e vem numa praia longínqua ...
Sou dor e amor, sou tristeza e alegria, sou fogueira acesa de paixões, desfeitas em silêncios e cinzas...
Sou saudade da minha lonjura que não vislumbro...

Não sei quem sou, nem para onde vou...
Sinto a vida pulsar no calor quente do sangue que me atravessa, no coração que bate e estremece quando a ponta dos teus dedos, toca na minha pele, soltando notas de música...Talvez  me encontre numa dessas notas de música que fervilham nos teus dedos perdidos em teclados de aromas de amor...

terça-feira, 4 de junho de 2019

Intensidade



Intensas estas dores de parto que me querem trazer nua, de novo, à Luz da Vida!...
Choros sufocados de uma alma que quer renascer neste tempo que se esvai...e não volta!
Tão sómente quero ser Eu, mas perco-me, por essas estradas, sem destino...
Deixo-me guiar por essa mão que me abraça e que não sinto ou deixo-me perder para me encontrar?
Desventrando a mim mesma, tentando cortar os cordões que me prendem no escuro, afastando os fantasmas que me assolam...prossigo nessa luta contra as dores de parto...
Sou e serei tudo o que já fui!...
Talvez onda do mar ou um grão de areia na praia...e na imensidão azul me encontrarei nessa Luz!