terça-feira, 22 de outubro de 2019

Já quase...



Já quase morri em mim...e renasci de novo!
Já quase virei pó por esses asfaltos da vida...e me reencontrei numa estrela!
Já quase me desfiz em cinzas...e renasci!
Já quase me perdi...e me encontrei!
Já quase não era mais eu...e toquei a minha essencia!
Já quase adormeci...e acordei de novo!
Já quase sonhei ser outra...e me reinventei!
Já quase me afoguei no mar das desilusões...e acordei do meu sonho!
Já quase deixei de ser eu...e retirei as máscaras sufocantes!
Já quase deixei de saber quem sou...
...mas bastou, num minuto de silêncio, que as tuas asas tocassem as minhas para acordar do abismo onde havia caído!
Já quase não era eu para voltar a ser Eu outra vez!

sábado, 12 de outubro de 2019

Na pauta e rima da vida



Ela tocava piano, chorando ou sorrindo, conforme a pauta da vida...
Ele escrevia poesia...chorava e ria, seguindo a rima do tempo...
Nas notas da vida encontravam o ritmo, a música, o poema que só suas almas orquestravam...
Ela ditava-lhe as rimas que ele já sabia mas que esquecera nas memórias de um tempo...
Ele sabia todas as notas que sua poesia imprimia nas folhas brancas e virgens de um livro a dois...
Poesia e música num livro e pauta em harmonia, lançando sons e letras num mundo  só dos dois...
Pedaços de vida em folhas soltas de pautas e rascunhos de letras sem sentido!...
Harmonia entre dois mundos que se reencontram algures entre uma   música e um poema!

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Lágrima



E...naquele fim de tarde de Outono, quando o sol, envergonhado, se escondia para encerrar mais um ciclo de vida... estava, ali, sentada frente ao mar, e, uma lágrima rolou, teimosa...desfez-se numa onda pequenina que por ali passava, indiferente...


...Há milhares de anos que não se encontravam...

Quis o destino que um dia, após vidas e vidas de solidão, a sua lágrima, a lágrima teimosa que um dia lhe rolara pelo rosto até ao mar, se encontrasse com a dela...
Tinham percorrido oceanos para se encontrarem...procuraram-se, em vão, nos grãos de areia que dormiam na praia ao luar, no som dos búzios que à noite acordavam os minúsculos habitantes do mar, nas rochas duras, mudas na sua quietude e indiferentes a tudo...em vão...quase se solidificaram de tanta espera!

As ondas, essas, não se esqueceram...que tudo vai e volta...

...Um dia, depois de muito tempo...duas lágrimas se uniram num grande oceano...
Tinham cruzado muitos mares, muitas águas turvas, outras límpidas, muitas tormentas, muitas tempestades...

Agora as duas lágrimas formavam um oceano imenso...de amor!