terça-feira, 24 de novembro de 2015

Escrevo a tua ausência


Como a noite fria, escura e só, como todas as noites de Inverno
Na folha branca, virgem do meu livro
tento escrever a tua ausência...
mas as palavras falham,  longíquas, observando-me, distantes...
Quietas, nos silêncios das sombras, no tardio alvorecer das esperanças vãs...
Partiste sem  teres chegado ...
Eu fiquei, quieta, no cais da espera
esperava um sinal teu que nunca chegou...
e no cais da ausencia, o meu amor secou...
a minha alma estranhou tu não vires
Abraçar-me-ias nos teus braços longos do tamanho do Mundo
Mas tu, quiseste, talvez, beijar outros amores ...
e no cais da espera, o meu amor  transbordou e secou...

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

As fadas que habitam em mim



Eu não sabia...
Há dias, uma fada veio  dizer-me ao ouvido que habitava dentro de mim há muito tempo,  num castelo escondido...
Estava triste, chorava, porque eu a tinha esquecido ...
Eu havia esquecido como ela era bela, doce e terna, como ela tinha poderes que só a sua varinha de condão conhecia...
Vivia trancada no seu castelo de Luz, dentro de mim e chorava...
Mas um dia...após muitos anos, subitamente...recordei-me!...
Como fui capaz de esquecer aquele ser tão belo, tão luminoso, capaz de tantas maravilhas,  de milagres adormecidos dentro da sua varinha de condão?

Bati à porta do seu Castelo, há muito cerrado a sete chaves,.. e eis, que surge, esplendorosa, como um raio de Luz, a minha fadinha, lançando os pózinhos de milagres e truques mágicos à sua volta!...
A Alegria ressurgiu, o Amor despertou...a graciosidade dos dias renovou-se!

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Deuses do amor


Amavamo-nos como os homens amam os deuses
Amavamo-nos no ardor de um momento eterno
Amavamo-nos com os corpos
As bocas, presas em beijos
As gargantas caladas, secaram nos silêncios
Amavamo-nos e não sabiamos
O medo enregelava-nos, petrificando-nos o ser
Restava apenas o furor dos vulcões, o chorar das baleias ao longe
Inebriados com o vinho escorrendo nas veias
Sobravam apenas o momento eterno na vida fugaz
Dois corações que batem num respirar de dois peitos num só corpo


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Mais veloz do que a luz



Tu sabes que o Amor te percorre à velocidade maior do que a luz?
 Que te inunda as veias e te enche as células?
Que se expande para fora de ti até atingir outras galáxias?
Que segue até ao Infinito?
Tu sabes que o Amor tem o Poder maior que um raio de luz que teus olhos fisicos vislumbram?
Tu sabes que o Amor atravessa todos os planos existentes e não existentes, mais veloz do que a luz, em milionésimos de tempo?
Tu sabes que o Universo acolhe esse Amor no seu seio e o expande por todos os minúsculos recantos de todos os tempos?
Tu sabes a força, a velocidade do Amor que por ti perpassa?

domingo, 15 de novembro de 2015

Rio de silêncios



Há um rio de silêncios entre nós
Habitamos os silêncios das palavras que não dizemos
Seca o rio na garganta
Nesse caudal onde mora a impaciência da espera, talvez toda uma vida...
Silêncios pesados, incertezas diluidas no turpor vazio dos dias
e a ânsia que tarda dos sonhos não realizados
A caneta não escreve, pára entre uma sílaba ou outra quando te escrevo...
As mãos trémulas caiem por fim, cansadas, mudas, trémulas sobre a folha branca na imensidão da vida
Talvez habitemos os nossos poemas, talvez vivamos nos sonhos onde dormimos...
Talvez
Talvez o passado e o futuro se fundam e passem neste caudal de silêncios, alheios às nossas vontades
Voam os pássaros lá fora sobre as copas das árvores...talvez eles eles te segredem ao ouvido os segredos guardados que tenho para ti...
E eu moro nos sonhos dos silêncios...

sábado, 14 de novembro de 2015

No colo de Deus



Adormeço no colo de Deus...
Sou uma criança de Deus...
No Seu sonho habito...
Adormeço
e acordo
nos Seus braços...
Quero ficar aí aninhada,
protegida...
O Deus que habito
Acorda também...
E o Sonho de Deus sou Eu...
E desperta...
desperta em mim e não quer adormecer de novo...