Casulo dos sonhos

Se soubesses onde moro...virias visitar-me,,,
Moro no casulo dos sonhos...
Sou lagarta em crescimento...à espera de renascer...para te reencontrar...

Borboletas suspensas, tentando voar,
deixam-me ainda cativa neste casulo de onde não saio...
À noite, escapo-me e sonho que sou borboleta colorida e te beijo os cabelos enquanto dormes!

Vamos zarpar?

Vamos zarpar daqui para fora!
Pegamos nos sonhos e embarcamos no nosso pão de forma todo flower power!
Vamos sem rumo até a um lugar  parecido com o paraíso e  fazemos uma love party!
Estendemos os corpos nus à beira-mar e sentimos o cheiro da relva aos nossos pés...
Ficamos junto à falésia na paisagem dos sonhos...
À noite acendemos uma fogueira de amor
Tu tocas viola e eu canto as canções que o vento dita
Depois eclipsamo-nos nas estrelas no minuto do beijo...
Vamos zarpar para o paraíso onde tudo é Peace and  Love!...

O teu sorriso

Arde-me o teu sorriso nos cantos da minha boca
O riso trago-o cá centro e desenho com ele as curvas do meu rosto
Tu podes desenhar-me o rosto quando sorris
Eu posso trocar o bater do meu coração por uma linha curva e bem desenhada na brancura da tua face
Tocas-me essa curva com as mãos trémulas de paixão...
E eu sou toda um sorriso!

Lembras-te quando em crianças riamos até doer a barriga?
Agora trago o sorriso no teu riso de criança!

A linguagem dos anjos

Se me traduzisses a linguagem dos anjos...
Eu escreveria as mais belas histórias de amor.
aquelas que só os corações sabem escrever
e que moram nos livros das almas em arquivos secretos por detrás das nuvens brancas...
Mas essa linguagem só tu decifras e eu fico, qual criança encantada e extasiada,
a ouvir-te horas a fio...
Levas-me ao mundo dos anjos e eu quero lá ficar,  menina pequena, sentada no teu colo, para sempre, acariciada pelas asas angélicas...
Traduz-me a linguagem dos anjos...
E eu escreverei, através dela, as mais belas histórias de amor...

Olho-me

Olho-me...
Vejo-me...
Aquela que fui...
Aquela que SOU...
talvez aquela que serei...
Sou o que fui,o que serei...
SOU
nos olhos de um criança,
nos olhos de um velho,
nos olhos de um animal,
nos meus olhos,
nos teus olhos,
SOU
tu, sou eu, somos nós
SOMOS!
Olhar longínquo, tão perto, no verde-castanho de um tempo sem tempo!

Tenho saudades de mim

Tenho saudades de mim...
Quando era estrela e brilhava
Depois fiquei poeira e espalhei-me por aí...
Tenho saudades de mim...
Quando era centelha, era essência e me esqueci de mim...
Tenho saudades quando era gota de água, flor e borboleta e era livre...
Tenho saudades de mim...
De todas as vidas, tudo o que fui, tudo o que serei...
E agora...
Sentada, olhando o firmamento na noite escura, procuro-me nas estrelas que brilham no Céu...
Uma delas sou eu...

Perdi-me de ti

Perdi-me de ti na vastidão das ondas
Já não sei do teu olhar, onde procurar a tua pele quente e macia,
onde te encontrar no meio deste frio e gélido mar que me endurece os sentidos e me eterniza os dias...
Perdi-me de ti em busca de me encontrar...
Aqui neste lugar, de rostos vazios, resta uma memória, um rosto sulcado na pedra dura da rocha,
um pássaro fugidio à procura do ninho, uma súplica, uma recordação adormecida, escondida, por detrás de todos os rios que sempre correm para o mar para te (re)encontrar...

Meus pés cansados

Tenho os pés cansados de andarem nus na areia da praia...Não encontraram o meu Castelo onde eu seria a Princesa e tu o Principe...
Tenho os pés magoados de sonhos, descarnados de tanto andar sobre nuvens de ilusões...
Tenho os pés loucos de tanto dançar em bicos, querer chegar ao Céu para Te tocar...
Tenho os pés doridos de caminhar nas praias vazias, desertos de solidão...
Onde me levam estes pés tão doridos da vida?
Estes sapatos que me apertam e me arrastam, me toldam os sentidos?
Levam-me de regresso a Casa, cansados e felizes, contornando pedras pelos caminhos...
Lá descansarão, por fim, ungidos em bálsamos de amor...
Não precisarei mais deles, pois os meus pés serão asas e voarei para Te encontrar!

Nuvem

Sou nuvem de algodão doce, desenhada no Céu
Viajo sem rumo ao sabor do vento no azul infinito
Escureço quando o Sol dorme
Ilumina-se o meu rosto quando o Sol sorri
Choro quando a chuva cai
Percorro os horizontes longínquos sem destino
Às vezes o vento puxa-me com força
Não quero ir
Às vezes deixo-me levar nos seus braços
Às vezes voo nas asas dos pássaros
Quando me sinto zangada deixo que faíscas de fogo irrompam do meu seio
Outras vezes só me apetece brincar
Brinco com o arco-íris de cores
E desenho formas de animais no ar
porque sei que os meninos as desenham nas suas folhas de papel brancas!...
E eu posso ser tudo...

Espelho-me em ti

Espelho-me em ti, mar
Espelho-me em ti, céu
Espelho-me em ti, lago
Espelho-me em vós todos, seres da Natureza!
E espelho-me em ti!
Sim, em ti, tu aí, que estás à minha frente!
Vejo-me em ti
e tu vês-me em ti!
Não me vês?
Talvez o espelho tenha embaciado com o esquecimento de nós mesmos...
Ou talvez, apenas, falte, retirar as cortinas que teimam em separar-nos
Já te viste ao espelho?
É o reflexo da minha imagem que vês!
Sim, sou eu em ti!

Só

Nasceu só
Viveu só
Morreu só na Praia dos Sonhos
Teve a solidão como sua única e inseparável companheira
Sem tempo, construiu abrigos nos espaços vazios
Desenhou caminhos nos desertos
Saciou a sede nos oásis
Esculpiu-se nos espelhos
Hibernou nos invernos
Floresceu nas primaveras
Navegou em ondas nos verões
... Sucumbiu uma manhã no seu leito frio, (sobre a almofada a poesia), agarrado à sua sombra...
Tinha o coração cheio e o corpo vazio!

A dança da vida

Danço em bicos dos pés, abraçando a vida...
Como a semente dança com a terra,
Como a flor dança com a abelha,
Como o tigre dança com a gazela,
Como a árvore dança com o vento,
Eu danço com a vida...
Enlaço meu corpo que dança comigo nos espaços vazios
onde as rochas ficam fora
Pulo o rio calmo e límpido
A corrente, cautelosa, leva-me para lá de mim mesma
Aprendo esta dança
Deixo para trás a tarantela
Procuro outros ritmos noutros lugares onde habito
Movo-me nos silêncios
Sou rio
Os meus poros são olhos que se abrem para dentro e fora de mim
Encontro o meu sul e o meu norte nesta dança em bicos dos pés
Fico tonta, mas reencontro-me
Os portões da pele destrancam-me
Os olhos da razão fecham-se
Descanso...
Terra e sol dançam juntos!
Danço e dança um Deus dentro de mim!

I have a dream

No Sonho vivo, no sonho permaneço e moro
Aí, onde as árvores falam mais alto, os pássaros segredam ao vento e se soltam em bateres de asas, em debandada pelas estradas verdes da vida...
Vivo no Sonho onde tudo é mágico
É o azul das águas cantantes debruçando-se sobre a minha pele, fontes de vida...
Lá, onde o Amor é rei e o silêncio impera dentro do calor das nossas bocas...
Onde faunos, ninfas, duendes, gnomos, ondinas cantam em uníssono quando os anjos por ali passam...
Onde o tempo não existe, mas apenas o pairar de um momento eterno de felicidade e paz!
I have a dream!

Calor das lavas

Ainda queima o calor das lavas nos corpos que dormem à noite
Ainda existe a chama ardente nos corações dos amantes
Florestas selváticas habitam as suas noites
E as suas mãos, trémulas e cegas, procuram-se na imensidão da escuridão
Dormem em delírios e, sonâmbulos, vagueiam perdidos
Sentem-se mas não se tocam
Beijam-se e não se olham
Amam-se e não se abraçam
Querem-se e adormecem no Sonho