sábado, 19 de setembro de 2020

Prenúncio de Outono

 



Riem-se as gárgulas à passagem dos homens,

 soltam gargalhadas ensurdecedoras

engasgam-se quando engolem a água que cai do céu,  bocas abertas, sedentas 

Os risos transformam-se num som indefinido, medonho, perturbador, trocista

Ao longe, as sereias entoam o cântico de despedida, sons que se esvaiem ao longe nas ondas do mar

Os pássaros há muito que viajaram para longe, indiferentes aos homens presos em gaiolas dentro de si mesmos

Prenúncio de Outono?

Agarro-me ao Ser que existe em mim! 

Sou apenas uma miragem de um mar esquecido no Verão, algures num barco a vaguear, perdido, nas ondas! 


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