segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Esquecida de mim

 


Fiquei esquecida de mim

Nos meandros do tempo ficaram pedaços de mim, as memórias do que fui congelaram na frieza da vida

Ficaram apenas as cinzas de vidas passadas e presentes numa caixa de cristal, lançada nas profundezas de um lago maior, lago azul e profundo onde todas as memórias são sepultadas

Onde ficámos? O que éramos? O que nos tornámos, enfiados nestas armaduras de ferro que nos aprisionam, armas de defesa das nossas crianças, tímidas, cheias de medo, encolhidas lá no fundo de nós mesmos? Porque nos morremos antes do tempo?

Em vão quero resgastar-me...


Bastava agora que te sentasses comigo à beira daquele lago das memórias perdidas, ouvisses o bater do meu coração e lesses a minha alma...sentisses o meu mundo e escutasses tudo o que tenho para te dizer...olhasses no mais fundo dos meus olhos, onde habita a criança amedrontada e a solidão que me avassala se transformaria numa borboleta colorida e alegre, voando ao vento!


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