domingo, 30 de setembro de 2018

Sabes onde moro?



Saberás tu onde habita o meu coração?
Sabes onde moro?
Em vão procuramos um pelo outro...
Perdeste-te numa vida vazia de ilusões...
Moro em ti e tu não sabes...
Só o vento poderá segredar-te ao ouvido aquilo que ainda não te disse...
Tenho tanto para te dizer, tanto para te dar...
Se ao menos soubesses onde moro...
Talvez viajasses, qual cavaleiro do tempo, para, enfim, me encontrares no abraço eterno...

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Folhas secas



Folhas secas, cores quentes numa manhã que se despede do Verão, anunciando o Outono de uma vida...
Sentado no banco das esperas, no jardim amarelo-acastanhado, vermelho raiando, sentindo o estalar das folhas sob seus pés, reflectia...
Todas as recordações das Primaveras e Verões passados se misturavam naquela atmosfera quente de cores...
Agora, mais amadurecido,sonhava, com o Inverno quente à lareira, a lenha a crepitar no fogo ardente...promessas de um lar aconchegante, duma manta para embrulhar todas as lembranças, gato no colo e a solidão, ouvindo as gotas de chuva lá fora...
E a vida seguia ao ritmo das estações...hoje sentia o prazer de sentir as folhas secas sob seus pés...cores lindas dum Verão que passava!

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Sonhos desfeitos



Construi castelos de areia à beira do mar, mas logo, como sonhos desfeitos, se juntaram a ele em pequenos grãos de areia com sabor salgado das lágrimas que corriam pelo meu rosto...
Dentro dos castelos escrevi um nome, um nome desconhecido, talvez um principe num sonho de princesa...
Castelos de areia, construídos de ilusões...desfeitos em desilusões!
Mas, no meio desses grãos de areia que corriam para o mar, encontrei uma lágrima...que se transformou numa pérola brilhante e sorridente!
Disse-me a lágrima, reluzindo em cores de esperança:
-  Junta todas as pedras que encontrares pelo caminho,reune todos esses grãos de areia que se transformarão em rochas e constrói um castelo- esse não mais será destruído!...


...Hoje escrevi o meu nome na areia da praia e prometi ao mar que nem ele com as suas ondas, ou mesmo um tsunami, poderia apagá-lo!...
Pois esse nome é Amor!

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

(Des)construindo


Nos ilhéus esquecidos no fundo do Ser, ouvem-se o ribombar dos trovões, as tempestades vulcânicas, os tsunamis que inundam a alma...
Destroiem-se pedaços de mim, para se construirem de novo, no meio de fogos ardentes, cores vibrantes, prenúncios de um novo advir, esquecido algures num cantinho escuro da vida...
Balanço por entre sopros de ar tempestuosos da Vida...o meu Ser, pequenino e tímido, sente-se perdido, confundido...Em vão tenta não naufragar nesses ilhéus tempestuosos!...respira, vindo à tona da água e levita...
Já não sou mais eu...descontruo-me para me reconstruir.

sábado, 15 de setembro de 2018

Mal de amar


Mal de ser intenso
Mal de sentir demais
Mal de amar demais!...
Mal de dar o coração a quem não sabe amar...
Mal de amar e não ser amado...
Mal de um choro que morre calado numa alma cujo coração padece de dor...
Sofre e humedece...esfria e se esquece de si mesmo!
Eis uma alma perdida...
num mundo onde tanto se poderia dar e tanto receber!...
Mal de amar demais!

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Sonho de amor



O amor, cansado, deitou-se nos meus braços, e, esquecido de si, adormeceu...
Sonhou com os beijos quentes, os abraços ternos, as palavras em sussurros meigos...sonhou dois corações, dois seres, no calor de um sentir ardente...
... e o amor sorriu...
...e voltou a sonhar, esquecido de si, e, abandonado nos meus braços, morreu...


domingo, 9 de setembro de 2018

Caminhando por entre as sombras



Caminhando por entre as sombras,
desatando laços que me prendem à escuridão nos recantos sombrios de mim mesma...
Soltando dores e angústias, como se de partos se tratassem...
Percorro esses caminhos, trilhos obscuros de uma vida, tentando encontrar-me...
Talvez perdida me encontro numa esquina luminosa deste sonho que atravesso!...

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Quando o amor transborda


Quando o amor pulsa forte no coração e transborda pelos poros da pele...
Corre como um rio, cujo mar é um abraço desconhecido, esperando, algures, que o tinges de vermelho rubro...
E o coração salta e sofre, não traduz a linguagem incógnita que o transporta..
E fecha-se como se fosse uma concha...arrefece e fica amargo...humedece e estagna!
Mas reconhece...reconhece que só o amor fará viver esse coração triste e de novo transborda para esse mar longíquo e por desvendar...

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Abraço a tristeza


Abraço-te, tristeza...
Tu, companheira das horas de solidão,
Já não me limpas do rosto as lágrimas que secaram...
Abraço-te, irmã tristeza
Perco-me nos meandros dos teus caminhos...
Só, as mãos vazias, a alma dormente...
Abraço-te e a minha vida te entrego,
como peregrina duma vida da tristeza à alegria buscada, que se esconde em cada recanto escuro dum sonho...

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Espreito a lua


Espreito a lua espelhando o mar...Como queria nesse azul do teu olhar poder naufragar!...para me encontrar!
Mas a lua, com inveja, quis o mar só para ela...beijando-a, namorada desse eterno infinito azul...
E eu espretando-a...desejei deitar minha cabeça no teu ombro, adormecer e acordar num beijo, qual Cinderela assustada...
Espreito a  lua espelhando o mar...As saudades vêm de longe, contam-me segredos aos ouvidos, cantos de sereias assustadas, perdidas nesse oceano imenso...
Deixa-me, lua, beijar teu mar para nesse sonho ficar para nunca mais acordar!