domingo, 16 de dezembro de 2012

Silêncios



Silêncios...que falam..
silêncios que ferem, magoam, o íntimo da alma..
Silêncios audíveis como palavras que sufocam na garganta...

Silêncio onde moro...
onde quero estar...
perscutando o meu ser...

Silêncios de gritos...
Silêncios de palavras que ficam teimosas nas entrelinhas da vida...
Silêncios atrozes, vibrantes de amargura...
Silêncios de cores de ternura, de amor..

Silêncio onde minha alma se queda, enfim...

na Paz do meu ser...minha casa onde moro solitária...

1 comentário:

  1. A serenidade não é feita nem de troça nem de narcisismo, é conhecimento supremo e amor, afirmação da realidade, atenção desperta junto à borda dos grandes fundos e de todos os abismos; é uma virtude dos santos e dos cavaleiros, é indestrutível e cresce com a idade e a aproximação da morte. É o segredo da beleza e a verdadeira substância de toda a arte.
    O poeta que celebra, na dança dos seus versos, as magnificências e os terrores da vida, o músico que lhes dá os tons de duma pura presença, trazem-nos a luz; aumentam a alegria e a clareza sobre a Terra, mesmo se primeiro nos fazem passar por lágrimas e emoções dolorosas. Talvez o poeta cujos versos nos encantam tenha sido um triste solitário, e o músico um sonhador melancólico: isso não impede que as suas obras participem da serenidade dos deuses e das estrelas. O que eles nos dão, não são mais as suas trevas, a sua dor ou o seu medo, é uma gota de luz pura, de eterna serenidade. Mesmo quando povos inteiros, línguas inteiras, procuram explorar as profundezas cósmicas em mitos, cosmogonias, religiões, o último e supremo termo que poderão atingir é essa serenidade.

    Hermann Hesse, in 'O Jogo das Contas de Vidro'

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