Fechar de um ciclo

Tento perceber a euforia que reina lá fora..
ao ritmo de uma chuva cálida, serena, indiferente...

Dançam ao som da música de um calendário que muda um ano, um ciclo preconizado pela mente...

Dançam...e eu reflicto...
..dentro de mim fecham-se e abrem-se sem cessar vários ciclos de vida, várias janelas de par em par...em busca de conhecimento, de procura, de descobertas...

E cada novo ciclo é uma aventura à procura de Luz e de entrega ao Amor que quer exprimir-se e soltar-se em cada novo segundo de tempo....

E eles dançam...ao som da música, ao ritmo de uma chuva que cai, cálida, indiferente...

Quero tirar-Te da cruz

Nunca percebi porque Te puseram nessa cruz?
Diz-me, que faço para tirar-Te daí, da minha própria cruz,
Arrancar-Te dessa implacável e tortuosa cruz?
Limpar Teu corpo, sarar Tuas feridas, ungir-Te com os mais perfumados óleos...

Terei então sarado as minhas próprias feridas, curado as minhas mágoas...
E proclamaremos ao Mundo o Amor...e que nada terá sido em vão...
pois Tuas dores não são dores, apenas dádivas felizes de amor puro e incondicional...

Deixa-me arrancar-Te dessa cruz!...

Renasce, minha criança interior!

Sinto dentro de mim o vibrar de um choro lancinante, parturiente, arrancado à força de  minhas entranhas mais profundas...recém-chegada a uma Terra que não me pertence, Terra estranha que, no entanto, me acolhe no seu ventre com a ternura de uns braços maternos ...

Mas eis que este choro se transforma em gargalhadas, risos alegres, brincalhões , de criança que vislumbra e se vai recordando aos poucos, da imensa inocência de um seu Ser profundo, puro, imaculado, feito de Amor que perfuma e encanta em jorros transbordantes de cânticos de anjos, formando ecos que se difundem por todo o Universo e que transforma a Terra num lugar belo onde brotam botões de flores em forma de criança...

Parar o tempo

Quantas vezes temos vontade de fazer parar o tempo?...Quantos momentos não valeriam por todo o tempo do Mundo?...

Mas o tempo é uma ilusão...porque na realidade não existe...
Divago e penso como tudo poderá estará estratificado em diversas camadas multidimensionais que porventura, se estarão a passar todas no mesmo instante..presente, passado e futuro, como se fossemos protagonistas de diversas cenas de um filme que se passariam em simultâneo...

Imaginando que poderiamos retroceder ou avançar no tempo.., e que nada poderia ser modificado, adiado ou alterado...Viveriamos tão-sómente e tão intensamente apenas o AGORA!...permintido-nos apenas limar as arestas do diamante desse instante precioso...e só assim alterariamos a história da nossa vida tanto a presente como a passada e a futura...

Caixinhas de emoções

Tenho dentro de mim guardadas muitas caixinhas de emoções...
bem fechadas, caixinhas de segredos, esfuziantes, arrebatadores...

Quero abrir essas caixinhas e deixar sair de lá de dentro as emoções, quais borboletinhas  púrpuras, esvoaçantes e deixá-las libertarem-se ao vento...mas eis que as chaves que as abrem enferrujaram com o tempo...e por mais que tente, as emoções ficam cativas...pedindo, implorando que as deixem desvendarem-se, soltarem-se...exprimirem-se...e lançarem as suas borboletas feitas de amor, paixão, saudade, mágoas, e esperanças, sonhos e promessas...todas elas em caixinhas coloridas bem fechadinhas à espera que alguém as ajude a abrir...

No meu olhar de criança...

No meu olhar de criança...encontro a imensidão de um mundo novo por descobrir...
a inocência pura e imaculada de querer abraçar algo tanto por desbravar...

O sonho adormecido que jaz dormente na candura desse olhar, transporta-me para a infância distante mas presente algures no mais recôndito de mim mesma...

A serenidade desse olhar ilumina e ofusca tudo ao seu redor...e introspectivo e curioso...fascino-me de novo por esse mundo interior de criança feito de histórias e fantasias coloridas e tudo gira muito rápido, como se o tempo fosse parar na magia daquele olhar....

Encontro-me de novo...

Silêncios

Silêncios...que falam..
silêncios que ferem, magoam, o íntimo da alma..
Silêncios audíveis como palavras que sufocam na garganta...

Silêncio onde moro...
onde quero estar...
perscutando o meu ser...

Silêncios de gritos...
Silêncios de palavras que ficam teimosas nas entrelinhas da vida...
Silêncios atrozes, vibrantes de amargura...
Silêncios de cores de ternura, de amor..

Silêncio onde minha alma se queda, enfim...

na Paz do meu ser...minha casa onde moro solitária...

Trocam-se sorrisos...

Trocam-se sorrisos...por mais sorrisos...
por mais sorrisos de criança...

Trocam-se sorrisos por abraços...
abraços quentinhos e apertados de criança...

Trocam-se sorrisos por beijinhos..
beijinhos repenicados de criança...

Trocam-se sorrisos por algodão doce de meiguice...
meiguice pura de criança...

Trocam-se sorrisos por ternura...
ternura de um olhar de criança...

Trocam-se sorrisos por alegria...
alegria de gargalhadas de criança...

E porque não trocar todos sorrisos que pudermos juntar por o maior Amor...Amor de Criança...do Mundo?

Botão de rosa, rosa mulher

Rosa..botão de rosa,
rosa-menina...
rosa abrindo as pétalas de fulgurante perfume...
rosa-mulher...rosa, és flor...
eterna cativa do amor...

rosa bela, rosa desfolhada...
rosa perfumada, espalhando odores...
rosa de espinhos...
mulher-amor...

rosa...cativa de amores!!! Abre as tuas pétalas  e deixa que sintam o teu aroma de amor!...

Na espiral do tempo

Na espiral do tempo viajo sobre mim mesma, como um pião de brincar lançado ao solo, procurando em  vão não cair, equilibrando-se com dificuldade de tanto rodar...tentando coordenar-se com o tempo que gira no mesmo sentido...
...tentando encontrar-me a mim própria nesse vogar de corrida, limitada pelas voltas que dou...cercando o meu Ser, tentando em vão alcançá-lo...