segunda-feira, 4 de julho de 2011

Trancada na minha mente


Fechei a porta bruscamente e deixei lá trancado o meu pequenino ser...minusculo, magoado, ferido, cheio de cicatrizes, infeliz, solitário..Deixei-o lá ficar, cárcer de mim mesma...esperando talvez que algo ou alguém me viesse abrir a porta, me libertasse e me sarasse finalmente as minhas feridas!...

E ali fiquei, quieta, durante quase meio século...as feridas abrindo-se cada vez mais!...
Inexplicávelmente, soltou-se uma pequena brisa suave de amor, um pequeno sopro de ar terno...e a porta, já enferrujada e carunchosa, abriu-se devagarinho, lenta, lentamente...De repente, reparei que quem a abria era eu, sem me dar conta, era eu impelida por algum sopro de vida invisivel para os meus olhos..
Descobri, então que era eu e só eu que tinha o bálsamo para curar as minhas próprias feridas  dilaceradas pelos anos..Só eu iluminada pela minha própria luz!...

Comecei então, a tentar sará-las uma a uma, devagarinho...

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