terça-feira, 23 de dezembro de 2014

E daquela menina triste...



E daquela menina triste...
apenas restaram as longínquas memórias dos contos de fadas, príncipes e princesas contadas no regaço de sua mãe...
Restou a esperança feita de sonhos,deitadas ao vento como bolas de sabão ou construídos em castelos de areia bem junto ao mar...
Restaram as recordações de sons e cheiros oriundos de uma terra escaldante e distante...
Restaram os risos, as brincadeiras como sonhos que se evaporam em noites enquanto correm lágrimas de solidão...
...Mas daquela menina triste resta ainda o mesmo olhar terno de saudade, de quem já viu o mundo à volta sem contudo, o ter conseguido desvendar...restam ainda arco-íris de infância misturados com a força que rompeu naquele dia em que deu à luz um outro sonho de criança...


quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Sopro de vida




No leito da morte jaz...
quase dormente, a alma lhe pede para o corpo ainda não ceder ...
O sopro da vida o acalma e alenta...
e eis, que a Luz feita de caricias divinas o acalentam nessa luta desigual, quase sem tréguas...

O fôlego de Vida, por entre dores e lágrimas, rompe em toques de Amor...
Novo respirar, por entre fogos ardentes...
E de novo renasce o Homem que foi e será nas cordas deste Universo de que faz parte, composto neste Todo indivisível!

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Ser...flor


"Olhai os lírios do campo!..."


SER...FLOR...

Haste perfumada solta ao vento...
estende tuas pétalas de cor perfumada e deixa-te...SER...
CRESCE...lanças as gotas de teu pólen...nas asas da ave que passa, voa também... deixa-te...SER...

...E vem a chuva que molha, o sol que seca, o orvalho que toca, a neve que queima...mas nada te move do teu SER...colorida, perfumada, bela...FLOR..SER..

SER...apenas SER...FLOR...


terça-feira, 28 de outubro de 2014

SER


Observador e observado,
ouvinte e ouvido, entre este barulhinho constante que me assola a mente, distanciando-me do EU que SOU...
Revendo-me no passado e projectando-me no futuro...e este barulho constante que me atordoa, alheando-me do presente! Pára! Depressa!...
Urge retirar rótulos e alinhavos  que nos atam ao passado! Urge não impor metas para o futuro!...
Urge ser-se o simples observador atento com os olhos de criança, sem julgamentos!
Sentir mais alto, com o coração e esses olhos inocentes de criança..
Ser, simplesmente Ser...
Ser feliz AGORA, sem expectativas, sem racionalismos "rotulantes"!...
É urgente SER! E fazer as pazes com a minha Essência perene!..

domingo, 26 de outubro de 2014

Brincando na areia



De regresso  à infância...
Brincando na areia...
Entre sereias e gnomos...
Passando os dedos numa bola de azul etéreo projectada entre o mar e o céu...
Como por magia, toco numa realidade paralela...
Encanto-me, brincando com partículas que dançam e giram diante dos meus olhos perplexos...
Sinto-me a criança que fui...

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Quiz-te


Quiz-te...
Com a  força de um poema..
Quiz-te como quem abraça a vida antes da morte...
Quiz-te como um fogo ardente de paixão...
Quiz-te com a certeza de ser o último instante daquele tempo...
Quiz-te como se fossemos imortais...
Quiz-te como um rio que procura o mar...
E com lágrimas de emoção, quiz-te com toda a força de um último sopro, um último suspiro, fôlego de Vida ...
E quero-te ainda percorrendo as horas vazias do meu Sonho!...

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Tudo era ilusão...só restou o amor...e a morte


Caminhava junto à praia..o cheiro do mar enchia-lhe os pulmões, as gaivotas sobrevoavam um quadro pintado todos os dias de cor diferente..o ar,  ao mesmo tempo quente e húmido, penetrava-lhe os poros,  a espuma das ondas espreguiçava-se na areia...
Deambulante do mundo, solitária, vagueava nos seus sonhos de castelos de areia...
Do que foi, do que era,  cenas que se projectavam distantes no filme da vida...ilusões! -pensava.
Tudo ilusões...esse quadro pintado de paisagem, a solidão passeante duma vida sem rumo, sem passado, sem futuro...só o amor é real e perdura...
E depois a morte...a morte, a maior ilusão, pois morrer é renascer. voltar a viver...

Restava-lhe apenas as suas duas únicas certezas ..o amor que vive e perdura para lá da morte que nos desperta e nos retirará por fim os véus que nos envolvem...Será? Tudo é ilusão!!

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Esta história que ando a recordar



Esta história que ando a recordar é igual a mil outras histórias de vida...
...escrita nas mesmas páginas de um livro...
Recordo o amor vivido, as dores e as alegrias sofridas...
Sonhos renovados de registos guardados em baús de memórias...
Resgates de passados distantes nas memórias esquecidas...
Sob os véus de esquecimento, recordo aos poucos...
Vou escrevendo nas páginas brancas do Livro. recordações de outras vidas
perdidas na imensidão distante no recôndito mais intímo e infímo do Ser...
E de novo guardarei estas lembranças...



By ondinha (Ondina Gaspar)

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Esquecida de mim, regressando a Casa


Esquecida, adormeci em cada célula de mim...
Neste torpor, sigo o meu caminho, em completo esquecimento dO que fui e dO que serei...

Vou acordando do sono...

Como por magia, eis que desperta o meu Ser deste sono tardio!..
Cada célula vibra no Universo que me transporta para Casa!...

Regresso a Casa...lentamente...saio do sono profundo..

Eis que recordo O que fui...mas escapa-se-me por entre os meandros e labirintos da mente...
As células gritam...
A Luz entra...
A escuridão apaga-se...
Sou Eu num abraço longo a mim mesma...Agora vejo-me no Espelho de mim...sim SOU EU!

De regresso (com saudades) a Casa...

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Nas asas do desejo


Nas asas do desejo viajo até ao Infinito ao encontro de mim mesma...
Aconchego minha alma nos teus braços
Carícias percorrem-me em segredo...
Sou uma Estrela ofuscada pelo brilho dos teus olhos...
O Divino abraça-nos e as cores da paixão percorrem-me as veias ...
Funde-se o Céu com a Terra num só,
Rio de amor  que corre para o mar, estrelas que se beijam...
Desejos que se apalpam...

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Ninfa


Ninfa nascida das águas
Sereia de encantos subtis
Entre faunos e centauros, cíclopes e medusas,
Seduzida pelo aroma do amor, te deixas encantar pelo grito das orcas e baleias...
Encantada pelo canto irresistível dum queixume...
Metade mulher, metade peixe, vagueias nas ondas de um mar agitado,
À  tua passagem tudo se agita...
Sentado na margem está um Centauro que te aguarda e te acolhe num beijo de rosa...
E o odor quente e fresco dessa união refresca, espalha-se e funde-se no delírio de um momento..



segunda-feira, 21 de julho de 2014

Quando não estás aqui


Quando não estás aqui...eu já não sou mais eu...
Meu corpo procura o teu no lençol branco onde desenhaste os contornos do teu corpo ...
Minhas mãos tentam encontrar-te na escuridão da noite...
Minha voz sussurra teu nome em vão...
Tu não vens..tardas...pelos caminhos tortuosos duma vida...
Minha boca procura o beijo prometido num botão de rosa...
Teu coração ficou tatuado no meu, tua alma perpetuou-se na minha...
Mas tu não vens, tardas...
E  eu não sou mais eu...
Quando não estás aqui...

terça-feira, 1 de julho de 2014

Esperando por ti...esperando por mim...



Sentada na soleira da porta, entardecia...eu esperava por ti...não chegavas...
Uma lágrima teimava em rolar pela minha face cansada, sulcada pelas rugas de uma vida de esperas...
Tardavas...e eu via o teu sorriso que perdi algures no tempo, o teu olhar inocente de menino que eu quero ainda abraçar...
Entardecia...o Sol caía no horizonte...a saudade ...a ânsia de te voltar a abraçar pulsava no meu peito...

Eras tu que surgias finalmente na noite já escura..
mas... era eu...eu que me encontrava outra vez nos teus braços que outrora abraçara, entrelaçando nossas almas junto aos corações ainda sôfregos  de uma brisa de Vida...

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Há quanto tempo?


Há quanto tempo não tens tempo?
Há quanto tempo não paras para ouvir bater teu coração?
Há quanto tempo não paras para sentires os raios de sol que te acariciam a pele?
Há quanto tempo não te deitas à sombra de uma árvore a abraças contra teu peito?
Há quanto tempo não paras para ouvir os risos das crianças e não brincas com elas?
Há quanto tempo não te deitas no chão sob um céu estrelado e contas as estrelas?
Há quanto tempo não paras para abraçar teus amigos, para namorar e beijar, para amar?
Há quanto tempo não paras para sentir os aromas: de terra molhada, brisa do mar, perfume de flor...?
Há quanto tempo não paras para sentir as gotas da chuva caindo?
Há quanto tempo não paras para pisar uma folha seca de Outono, caída na borda da estrada?
Há quanto tempo não paras para sentir a brisa do vento que passa, o chilrear de um pássaro que voa?
Há quanto tempo não agradeces por estares vivo?
Há quanto tempo não choras, não ris, não gritas como uma criança?
Há quanto tempo não és criança?
Há quanto tempo não paras para sonhares acordado?
Há quanto tempo não escreves um fragmento do livro da tua vida?
Há quanto tempo não celebras o maior sonho da tua Vida - TU?!...



segunda-feira, 9 de junho de 2014

De regresso ao ventre materno


De regresso ao ventre materno...
Onde tudo nasce, tudo jaz...
Onde todas as coisas permanecem na intemporalidade...
Onde só há paz...
Refúgio de uma vida, pulsares de outras galáxias,
músicas quentes num toar de corações que se tocam...
Vida dentro de outras Vidas...
Ser Uno...
e ...cintilar de um Mundo para onde regresso...
Ventre Materno..onde só há Paz!...

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Perguntei ao vento



Perguntei ao vento porque me leva as perguntas e não me traz as respostas...
Perguntei ao vento porque me traz a saudade e me quer levar as lembranças...
Perguntei ao vento porque me deixa as memórias e não me leva os sonhos...
Perguntei ao vento porque leva e traz tudo num constante corropio que me tolda a cabeça...
porque não volta tal como as andorinhas em manhã de Primavera...porque não fica num beijo esquecido do tempo...
Vento que vais e vens...lembra-te que alguém espera...  esperança vã na infinitude e eternidade das coisas...vento efémero, vento agreste, passa e acaricia quem por ti espera que tragas os segredos ditos ao ouvido na ausência dos momentos ternos!...

terça-feira, 20 de maio de 2014

Descendo ao Inferno de Dante


Desces ao Inferno de Dante,
queres purgar os crimes que não cometeste...
Tento resgatar-te, mas nessas profundezas não te encontro...
Debates-te, qual guerreiro incansável, contra os monstros recônditos no breu ,
dores lancinantes de um choro engolido...
Perdido nessa selva escura, tentas encontrar o teu caminho...
Em vão estendo meus braços e quero resgatar-te...
Eis que surge um monte, íngreme... sobes, sem medo...
seguido de longe, pela Pantera, Leão e a Loba... pecados inconfessáveis e não cometidos..
encontras teu amigo, tu próprio, surgido da tua escuridão,
saído das trevas,  finalmente tens minhas mãos, que te esperam, ansiosas...
ainda trémulas de medo,  esplendorosas, entrelaçamos seus dedos...
 e da escuridão sai a Luz, gloriosa e resplandecente..
e tu brilhas para sempre nesta promessa  de Amor Eterno...




quarta-feira, 23 de abril de 2014

Percorrendo a Via Láctea


Adormecemos nos braços das estrelas, sob o olhar atento da Lua...
Percorremos a Via Láctea ... encontrei o teu peito onde descansei do meu cansaço...
Transportámos o nosso Sonho nessa Esperança outrora perdida mas reencontrada em cada novo  amanhecer dos teus olhos...
Acordámos  deitados no calor quente de um raio de sol!...





































































































































































































































































































































































sexta-feira, 11 de abril de 2014

O teu olhar


Nos teus olhos o meu olhar espreita
por entre brancas asas de anjos,
batendo suavemente na candura menina desse nosso verde-castanho...
Espreitas, qual menino espantado, por detrás dessas janelas  para o mundo...
e encontras o meu olhar cansado mas ávido por encontrar o teu
e viajar num só sonho de amor por entre as galáxias que encontro nos teus olhos...

terça-feira, 1 de abril de 2014

Na imagem embaciada do meu espelho


Na imagem embaciada do meu espelho ainda vejo o meu rosto de menina...
Talvez um dia essa criança sorria na ternura dos teus braços...
Talvez nas manhãs de esperança  desperte de novo o meu sonho de criança...
Talvez no teu colo me aninhe e possa de novo chorar, chorar sem saber porquê...
apenas porque sou criança...e as crianças choram!...
E talvez volte a rir, a rir muito, a rir a bandeiras despregadas, nas brincadeiras que nós dois inventamos...
E talvez, olhe as tuas palavras de amor deixadas escritas nesse espelho e as desenhe uma a uma, letra por letra, com a tinta deixada pelo calor dos teus dedos...
Então poderás, por fim, desenhar o maior sorriso na minha boca de criança!...e o beijo florescerá como botão de rosa em manhã clara de Primavera!...


sexta-feira, 21 de março de 2014

Poesia



Trazes a poesia nas ondas do teu cabelo...
No teu olhar um poema...
Na tua boca as palavras caladas...
São rimas de alguma estrofe perdida nos lábios de um beijo...
Tuas mãos queimam meu peito perante esta Luz numa manhã de Primavera...
Tua pele escreve na minha todos os poemas do Mundo...
...E todos os versos de amor se perpetuam nas páginas escritas no livro de nossas vidas...

segunda-feira, 10 de março de 2014

Gota do oceano


Deixo pousar o meu corpo cansado na areia fresca da praia...
Cubro-o coma brancura de uma onda...
Despeço-me das estrelas e procuro o sol nos teus olhos e nos teus cabelos...
Dialogo com os búzios e as conchas e espraio-me no Oceano infindo...
Derramo as lágrimas dos meus olhos nos teus e misturo-me com as águas...
Sou apenas uma gota neste azul infinito...
Uno-me com o mar para agarrar uma estrela que te toca suavemente os cabelos...

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Alguém me diz como vim parar a esta história?


Alguém me diz como vim parar a esta história?
História de enredos indecifráveis, questões inquestionáveis, segredos por auscultar...
Que trama de vida estará reservada num  percurso de um caminho?...
vida de pérola em clausura numa ostra...premente de vida, escutando o Oceano através do Universo infindável de soluções e escolhas...

Alguém me diz como vim aqui parar?

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Pétalas de camélia



Naquele dia especial, não havia o ramo de rosas à sua espera...
Não havia o presente trocado na ânsia de amar...
Haviam pétalas de camélias rubras de paixão caídas de um vaso...
que, recolhidas, foram depositadas aos pés dos amados...
acariciando, na sua macia ternura,  os rostos sulcados pelos anos de desamores vividos..
e ali, rodeados de camélias, a coroou rainha de seu coração nesse dia, espalhando as pétalas já murchas de uma vida ...
... lá fora os Cupidos riam e brincavam vendo as faces rubras de paixão dos enamorados!..

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O Deus das pequenas coisas


Deus...nas pequenas coisas...

Nestas gotas de chuvas que caiem do Céu...
Nesta lágrima quente que teima em cair...
Nesta angústia ardente de um Amor que se sente...
Na brisa fria que passa na estrada...
Na noite só de um dia quieto...
Nas horas paradas de um àmanhã sem futuro...
Na carícia meiga de um toque...
No botão de rosa que tarda em abrir...
No silêncio das horas vazias...
No torpor dos membros sob o frio gélido...
Na esperança de um despertar solarengo numa manhã florida...
Num beijo esperado de alguém ausente...
E nesse abraço que tarda está o Deus das minhas pequenas coisas...

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Vertigem


Vertigem...
Ando de saltos altos na corda-bamba da vida...
olho-a do alto com receio de cair...
O céu fica longe...algures nas pupilas dos teus olhos...
Sonho em descer às nuvens...
Abraçar-te pela manhã...
sentir a vertigem de ficar novamente só...
descer à terra em saltos altos...
e sonhar voltar às nuvens na corda-bamba da vida...
Vertigem...


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Apanhei o sol na palma da minha mão



Apanhei o Sol na palma da minha mão...
minha mão queimou, latejou de dor, quente, laranja, provinda daquela partícula do Universo que me beijava as mãos..
Mesmo queimando, latejando, eu estava ali, quieta, muda de espanto...não acreditava...
Em breve viriam as bátegas de chuva, o frio.. que me toldariam os movimentos...
A Luz ofuscava..não, não poderia ser verdade...
Eu dançava na Luz, temendo de novo a Escuridão...
No entanto, eu queria-a, como também ela fazendo parte de mim...
Como se desta dualidade, eu fosse Eu própria...temendo mas querendo..
Querendo a Luz, mas receando-a, como se a minha própria luminosidade fosse grandiosa e ofuscante demais para abarcar meu Ser...
E assim permaneci com as mãos cheias do calor e da Luz...do outro lado o breu, escuro...o negrume...






terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Rugas da alma, traços de dor


Naquele fim de tarde de Outono, sentado num banco de jardim desgastado pelas intempéries das sucessivas estações..olhava para si...
Naquele rosto de meia-idade ainda permanecia  as faces de menino que fora,os olhos brilhavam num laivo de esperança que lhe acalentava os dias...as primeiras rugas tinham começado a sulcar-lhe o rosto, expressão de uma vida que lhe havia tatuado na alma outras rugas, outras marcas que ali permaneceriam para sempre...
Do menino que tinha sido já mal se recordava, arrancado à força da infância que o vira nascer nas mãos da sua avó cigana...
Do menino que nunca fora, apenas ficara o homem que conhecera todas as amarguras da vida
...nada mais ficara...senão as marcas duras, fundas, tatuadas na alma...
E daquele menino-homem se estenderam as mãos para o irmão que passava junto ao banco do jardim, pedindo ajuda...porque das suas mãos raiavam feixes de Luz, brilhantes como seus olhos, capazes de penetrarem o Mundo...pois duma alma sulcada pela dor, resta a Força que jaz adormecida...
e, qual Fénix renascida das cinzas, viu-se rodeado pela Esperança do Amor que pousou na sua cabeça, trazida nas mãos de um Anjo que lhe tocou suavemente as rugas tatuadas na sua alma ...

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Escrevo




  Escrevo...e encontro na quietude e silêncio das palavras soltas, o lugar para a minha solidão...
  Escrevo...e deixo soltar as lágrimas em gotas de sangue no papel branco que me acolhe, puro e virgem...
  Escrevo...e penetro no abismo da minha alma, sôfrega do encontro consigo mesma, ansiosa de perpetuar nas linhas e entrelinhas o tempo de uma vida que passa...
 Escrevo...e deixo as dores esvaziarem-se, turvas, na pele casta de um oceano desejado, por onde parti à descoberta...
 Escrevo...e descanso meu Ser...brinco com as palavras soltas ao vento, rabiscos de uma vida, talvez um dia esquecida, talvez um dia recordada nos confins de um baú no sótão de todos os segredos roubados...





sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Amor à chuva



O tempo parou...os dois estavam no meio da multidão que dispersou às primeiras bátegas de chuva naquela noite de Inverno, no virar de mais um ano em que o céu tremeu por entre luzes e faíscas de fogo  enviadas pelos deuses em esplendores de novas esperanças e estrelas brilhantes...

Naquele momento, o mundo parou para eles...ficaram sós os dois no meio da praça antes inundada pelas pessoas que festejavam...a música continuou a tocar só para eles..os dois eram talvez as estrelas de um qualquer filme romântico...selaram o seu amor para o resto das suas vidas naquele momento, com um beijo e embalaram seus corpos ao som da chuva e dos acordes da música...só para eles!...e os Deuses sorriram!..