RECOMEÇOS
Apetece-me começar do nada
O passado para trás, o futuro à espreita, distraído
Caminhar de olhar forte, passo firme nesta jornada
Encontrar o meu lugar, o porto de abrigo
Algures entre as searas de trigo, o campo das papoilas
e o zumbido dos insetos
O recomeço habita em mim em cada nascer do sol
Em cada manhã, que interpreto nos seus diferentes
dialetos
No bater de asas de uma andorinha ou no cantar do
rouxinol
Recomeços são os dias, sucedendo às noites, o
nascimento à morte
Há que morrer para renascer
É esse o nosso passaporte
A semente acaba sempre para depois florescer
Tantas vezes morremos por dentro
Para virar uma nova página do livro da vida
Basta seguir o coração, o nosso centro
E nunca ficarás desiludida
Anseio pelo grande recomeço
O meu porto de abrigo tórrido, com cheiro a terra
molhada,
O solo corado pelo sol, o brilho das estrelas que
enalteço
Toda a natureza entoará em coro uma desfolhada
Recomeça sempre, não desistas!
Quando uma porta se fechar, outra se abrirá
Não sejas saudosista
E a vida te sorrirá
Não deixes escapar o recomeço!
Será uma nova oportunidade
Talvez um grande endereço
Que te traga serenidade