Clonei-te

Apanhei um cabelo teu...
Clonei-te
Passeámos  juntos junto à praia
Éramos crianças apenas
A minha cabeça pousou sobre o teu ombro...
E sonhámos...
Sonhámos com ninfas, sereias, elfos e gnomos..
Tansformámo-nos em pássaros e voámos através dos tempos até a uma floresta encantada...
Eu já não era o teu clone...
Eu era eu mesma por entre o verde das árvores, a água límpida do lago...
Eu era eu mesma, guerreira, princesa da floresta...
Tu adormeceste num sono profundo de mil anos... esquecido que eras o meu clone...
E esqueceste-me...

Dor

Dor
Dor latente
Dor pujente
Dor de ausente
Dor dormente
Dor quente
Dor semente
Dor que mentes!...
Amor
Amor latente
Amor punjente
Amor ausente
Amor dormente
Amor quente
Amor semente
Amor urgente!...

Dor de amor, ausente, latente, punjente, dormente, quente, semente, que mente e é urgente!...

Amor e dor, dor de amor

Quisera eu dar-te a mão

Quisera eu dar-te a mão e viajarmos os dois em estradas feitas de poeira de estrelas...
Fundir-mo-nos com elas e sermos duas estrelas no Céu...
Mas a Luz dos teus olhos de Anjo ofuscou-se na Luz dos  meus...e cegámos!
Peregrinos ficámos em estradas sem rumo, perdidos em mares de luas e marés de sóis...
Quisera eu dar-te a mão e assim ficar...
Quiseste partir sem rumo...
Esqueceste que também nós fomos estrelas...
Que elas nos olham quietas, lá no Céu..
E esperam, ansiosas, por um sinal nosso...
Talvez um dia, de mãos dadas, chegaremos a alcançá-las...

Na floresta dos elfos

Na floresta encantada verde e distante, ao som do uivar nocturno dos lobos, do sussurrar das folhas das copas das árvores, dos cânticos dos mochos e das aves nocturnas, do deslizar sereno das águas quentes e brilhantes do lago, adormeceram os dois elfos apaixonados...vigiados pelos elementais, duendes.gnomos, fadas e ondinas...eles sabiam que os elfos, eternos namorados , dormiam eternamente o sono do Amor há muito selado entre os dois à beira do riacho...
Tentaran acordar do sono, tentaram recordar-se da aliança que tinham feito na beira do riacho...

Adormeceram...
e ambos sonharam no reencontro ao luar junto ao lago, espelhando estrelas...ele pegou-lhe nas mãos, abraçou-a e beijou-a profundamente...
Felizes, correram e saltaram como crianças, pela floresta, rindo e beijando-se...
Prometeram-se...ela de vestido branco, ele com a Luz nos olhos, que ficariam ali para sempre naquela cabana até a lua e o sol se encontrarem..

..à noite ele embalava-a, contando-lhe histórias de encantar e de lobisomens ao ouvido...

Caudal de emoções

No caudal da emoções sublimei nossas almas, cansadas, apartadas pelo tempo...
Hoje derramas o teu ser no meu com uma sede infinita de te amar..
Reconheço o teu rosto!
Trazes o meu sorriso estampado no teu, a voz doce entrelaçada na minha, a ternura das tuas mãos acariciando as minhas no vazio do tempo...o reencontro tão esperado no timbre das tuas palavras...
Agora banhamo-nos juntos no caudal doce das emoções e tentamos adivinhar a pele sob a Luz que emanas...
Entrelaça as tuas mãos nas minhas e rumamos em direcção às estrelas...encontrei uma no teu cabelo!

Leque de espelhos

Sou um leque de espelhos...
Um tudo e um nada...
Dois pólos, dois rostos, dois botões de rosa a florir...
Dualidade onde habito...
Sou dois em um numa viagem sem términus...
No fim Seremos UM..
Nesse caminho miro o meu espelho, acaricio meus rostos, minhas flores por abrir..
Recuso as máscaras...
Quero vislumbrar Teus olhos, olhos de um Deus maior e fundir-me para sempre na imensidão das Tuas mãos...
Adormecer no colo da Eternidade...
O dual será UNO!

Escrever com a caneta do coração

Quando a  tinta da caneta do coração começa a falhar, as palavras ficam trancadas e não saem...
Querem sair libertas e beijar os rostos que amam...
Mas a tinta falha...
Tinta rubra de sangue numa caneta de tinta permanente que permanece impermanente...
E as palavras calam-se e doem dentro do coração...
Querem soltar-se...
Mas a tinta falha...
Se a tinta da minha caneta do coração não falhasse, desenharia uma linha que iria do meu coração ao teu e escreveria na tua pele em tinta permanente a palavra Amor!
Mas a tinta falha...