Noite

Nesta noite onde me deito...
vivo o sonho que é so meu...
quiçá também dos outros...
criança de Deus que estou a dormir...
tentando a custo despertar...
esfregando os olhos meios turvos, baços,
de uma visão que me deturpa os sentidos...

Que noite é esta onde me deito..?
à luz turva de uma noite de lua cheia...
que me diz que estou a sonhar...
e para acordar com o Sol que
logo me afaga pela manhã!...

Acorda, criança de Deus!...

Vidas paralelas

Reflectindo:

Imaginando que não existe espaço nem tempo...
Eu seria protagonista de várias vidas que se desenrolariam todas simultaneamente
em várias dimensões...como se se tratassem de vários filmes projectados todos na mesma tela  ...paralelamente ...

Nesse caso porque não permanecer tranquilamente no estar, no ficar no aqui e agora.?...

Viagem de regresso ao ventre materno

Viagem singular esta que faço de  regresso ao ventre materno!...
Dolorosa, sinistra, por vezes, tortuosa, rompendo caminhos outrora já desbravados...
Caminho, pesada ou leve, para o seio que me acolhe ansiosamente...
Quero ser recolhida novamente nesse ventre supremo de Bem Estar permanente...
repousar, repousar...
E aí ficar...no silêncio, apenas ouvindo o pulsar supremo e divino...mágico e eterno!...

Onde estão os meus fantasmas...

Libertando os meus fantasmas...presos, algures no sítio mais recôndito e escuro do meu ser, não querendo sair, pois aí se sentem bem, alimentando-se com as emanações repugantes, o bolor, o mofo que se foi formando com o tempo dentro desse sítio obscuro e nojento...

Fantasmas obscuros: medos, angústias, raivas, mágoas, impotência e  inseguranças...soltando-se como que à força, tentando segurar-se a todo o custo..meti-os no "poço de todos os breus" e aí ficaram , sussurando e implorando mais, mais pela habitação do meu ser!...

Não..! Basta!..a partir de agora, apenas deixarei entrar os anjos e os guerreiros da Luz!..
Bem-vindos à minha Casa!...

Adormecer nas asas de um anjo...

Adormecer nas asas de um anjo...
ficar ali naquele abraço macio e quente...
sentir o coração pulsar mais forte, as veias
como leitos de rios ardentes trespassando o peito...

Quente, protegida, etérea...
Subo ao Céu e desço à Terra
num turbilhão de sentidos...
amor ardente, chorar de contente...
ternura que se desfaz em flocozinhos de mel...

...E assim permaneço e não quero sair...
adormecida nas asas de um anjo...