sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Quando dói o coração


Quando dói o coração...ele quer sair fora do peito!
Desfaz-se o ser em pedaços...
Sonhos voam no ar como pássaros...
Dói o coração e fica dormente!...
Tenta alcançar a mente...mas esta mente...
Desmancha-te coração, não sintas!...
Fica aí, quentinho no peito de alguém que ama!...
Salta, corre...mas não te percas!
Tu és aquele que possui a dor de amar...
Estás vivo!...
Não morras, coração de paixão!...

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Silêncio


Quando o silêncio demora e já não se ouve...tudo fica mais longe!
As perguntas e as respostas congelam no ar e quedam-se no vazio do coração...
Só o tempo fica, eterno aliado, agarrado ao que sobrou de nós, tentando desvendar mistérios e segredos calados...
As palavras abraçaram-se ao vento que passa, falando através dos uivos dos lobos, habitantes das serras longíquas...talvez eles me tragam noticias de ti!...
Na garganta, seca, sofrida, secaram as palavras que nunca te direi, que nunca me dirás...Fiquei esquecida, adormecida nesse silêncio que dorme a teu lado...Sou, talvez, apenas um nome que ficou gravado talvez, marcado, num quadro pendurado na parede do teu quarto.
A loucura, passa-me tão perto como a lucidez, indiferente, querendo arrebatar-me para longe, para outro mundo, talvez um lugar confortável, impermeável, intocável, um lugar sem tempo...
Mas no silêncio, teimo ficar, abraçada ao tempo,  tentando deixar passar os dias, os anos, indiferentes à existência dos eternos românticos...

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Esperei por ti...



Esperei por ti todos os dias da minha vida...
Como quem espera um milagre...
Sonhei teu rosto de menino, tuas mãos macias de criança...
Esperei por ti como quem espera outra parte de mim...
Encontrei-te em pedaços de mim nos rostos vagueantes, passageiros da vida...
Meu corpo cansado, minha alma atordida, fiquei, de mãos vazias, à tua espera...
Naquela manhã de Inverno, talvez numa véspera de um Natal qualquer,  acordei dessa anestesia letárgica...e encontrei-te a meu lado, tu...eras tu! Tinhas o rosto de criança e as mãos macias...e nesse rosto encontrei-te! Era eu...criança que fui e continuara a ser!

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Apesar de...



Apesar da realidade, o sonho...
Apesar dos pesares, as levezas...
Apesar da tristeza, a alegria...
Apesar do ódio, o amor....
Apesar da guerra, a paz...
Apesar da indiferença, a amizade...

...lugares comuns numa época que apelidaram de natalícia...

Natal...

A  pesar as coisas boas, as coisas doces da vida, apesar das coisas amargas da vida...
Pesem-se as doçuras da vida!...apesar dos pesares!

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

A mesma dança



Que os impedia agora de dançar a mesma dança?
Nesta valsa da vida, os movimentos tornaram-se torpes com o tempo...
Os braços já não tinham a força de outrora para se envolverem num corpo só...
A distância impedia de tocar-lhe os dedos...aqueles dedos que conheciam cada milimetro de pele do seu corpo...
A esperança daquela dança a dois projectada ao luar, desvanecia-se em bocados de sonho jogados ao chão...
Aquele chão que conhecia todas as danças daqueles corpos, dança de um corpo só...
...A mesma dança...
Que os impedia de voltarem a dançar a mesma dança, livres, eternos pássaros nos céus voando em inúmeras valsas?

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Equilibrio



Tiraram-me o chãos dos pés...
Agora permanrço em constante equilibrio entre a terra e o mar..
Não estou na terra...
Não estou no mar...
Estou entre o azul do Céu e o azul do mar...Estou entre a terra e o mar...
Tentando equilibrar-me neste vazio, de braços abertos à espera DAQUELE  abraço
que me levará um dia até o azul celeste onde não existirão nuvens, nem pegadas na terra, nem vazios, nem desiquilibrios, nem quedas...

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Na epiderme da alma


Na epiderme da alma escondem-se memórias de outras vidas,
resquícios de imagens guardadas em albúns nos arquivos do Eu...
Segredos guardados em cofres pelos deuses...
Caminhos de estrelas percorridos através do Universo...
A essência, o perfume do Ser perdura...
As passagens ficaram esquecidas num recôndito pedaço de ti...
Jamais serão apagadas, talvez recordadas...
Talvez déjà-vues...
Talvez um qualquer sonho numa noite destas te relembre o que foste...
Talvez tenhas sido tudo, talvez sejas tudo...
mas esquecida ficaste, escondida na epiderme da alma...

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Viver-te



Viver-te seria muito mais do que penetrar-me nos poros da tua pele
Viver-te seria muito mais que sonhar-te no teu sonho
Seria muito mais que afundar-me na tua boca
Adormecer-te no teu sono
Ou percorrer-te no teu corpo...
Viver-te seria muito mais que isso e muito mais!...
Viver-te seria ser-te num só corpo, numa só alma e neles viajar e deixarmo-nos levar!...
Vive-me e viver-te-ei para sempre!...