quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O principio no fim



No principio era o Verbo...e o Verbo conjugou-se em vários tempos e modos...
E chegou o fim...ou talvez o infinito...
O fim de um ciclo,o fim de uma vida, ou o fim de uma morte, o fim de um último suspiro, um fim de tarde ao pôr do sol, o fim de uma dor ou de uma mágoa...uma flor que murcha, logo outra brotando...inicio de Primavera, quando termina o Inverno!...
...E da lagarta...eis que surge a linda borboleta!...E da semente lançada à terra pelo vento, eis que nasce uma flor!...
De um velho ciclo novo ciclo se abrirá, de uma morte anunciada, nova vida...
Do simples respirar a inspiração dá lugar à expiração..e tudo se renova!
Da noite novo dia...

E uma Esperança renascida!...

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Lágrimas

Lágrimas...
Lágrimas cansadas...
Outrora corriam pelos teus olhos..
Hoje quedaram-se dentro de ti..
Congelaram como cristais de pedras raras..
Em sulcos de sangue teus olhos secaram...
Apenas resistiu um coração cansado, mas forte...
Coração que resiste a qualquer intempérie..
Coração vermelho de sangue paixão..
Emoldurado por laivos de cristais de gelo..
Quebrados apenas pela ternura de um abraço sentido!...

Jamais seus olhos verteriam as lágrimas de outrora...

Que era feito daquela alma sensível ...agora gélida e apática?...
Teriam os caminhos da sua vida para sempre apagado as lágrimas?...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Meu poema



Meu poema...orgasmo explosivo da minha alma!
Sublimação de loucuras de mente semeadas no rubro do coração!...

Semente atirada ao vento em manhãs vazias de solidão...
Ternuras de um sentir sem expressão ...

Soltar de um pássaro duma gaiola de beijos...
Mistura de cores em sentimentos calados...

Promessa de  felicidade ao sabor de um tempo que percorro, indiferente...
Estrada que me leva a bater à porta de uma Divindade que vislumbro..

Meu poema, meu coração pulsando de vida!...

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Pedaços de mim, pedaços de estrelas


Não quero pedaços de mim, farrapos lançados ao vento!...
Quero-me por inteiro, quero-me completa!...

Vou-me reconstruindo...
...pedaço a pedaço...
junto fragmentos de memórias em fulgores de esperanças...sou EU..Sou TU...SOMOS...
UNOS, compostos por partículas divinas, fragmentos de estrelas escritas num firmamento de Amor..

Resplandecente Estrela onde chegaremos!...

domingo, 18 de janeiro de 2015

Adormecendo no colo dos anjos



Todas as noites adormecia no colo dos Anjos...
Deixava-se levar num beijo etéreo, na caricia dumas mãos que a levavam no sono profundo...
por uma viagem de miríades de sonhos...
Encontrava nas suas mãos a suavidade e ternura que procurava nos dias...
As respostas eram dadas...às vezes ficavam esquecidas, outras vezes nas memórias...
Sentia-se bem naquele colo quente que a aconchegava...
De manhã acordava, saia daquele colinho materno ...os anjos iriam talvez dar seu colo a outras almas perdidas e sós!...
Esperava o beijo desses Anjos , a ternura do seu olhar...e o dia tornava-se mais leve na ânsia de de novo reencontrar seu abrigo, seu porto seguro que sabia existir...

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Tu...tu que não vês com olhos de menino



Tu..sim tu...abre os teus olhos de menino e vê!
Vê com os olhos da inocência...
Vê com os olhos do coração!...


Naquele dia...
Não me viste...Eu vi-te...mas a memória apagou-se...
Não me viste com os olhos da alma...
Deixaste que a mágoa da vida cegasse teus olhos, outrora de menino puro que não teve infância...
E deixaste apagar as recordações do que fomos noutras vidas (lembraste?), do que somos...

Abre os teus olhos fechados pela dureza da vida!...
Brinca e salta de felicidade perante a pureza que jaz dentro de ti, adormecida...

Deixa que os olhos da alma brotem como botões de flores perfumadas numa manhã de Primavera!..

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Eterna ilusão


Eterna ilusão de viver...
No volver torpe dos dias iguais...
Borboletas alvoraçando no âmago de mim...
Busca constante duma voz quente, dum colo que apazigua....
Eterno sobressalto de um cataclismo interior no constante bulício de emoções...
Caminho para o lugar nenhum e, no entanto, o lugar de todos os lugares!...
percorro um infinito de sentimentos, na eterna busca de um colo ausente...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Vagueio



Vagueio...
e como uma gaivota sem rumo
toco as asas na brancura das nuvens...
faço ecos numa busca sem nome...
tateio  o firmamento...
vislumbro a eternidade
e escondo-me nos dias iguais...
Reconheço-me num nome que não sei...
percorro as areias do deserto sem fim...
e encontro-me nas asas de um anjo que passa...



sábado, 3 de janeiro de 2015

Existindo na não existência comum



Tinha rompido o ventre materno...era um homem de cerca de 90 anos, mas ainda com toda a força de vida própria de um recém-nascido...
Sentiu estremecer todo o corpo quando colocou os seus pés na Terra...sabia porque ali estava...chorou...mas não porque sentisse a dor do parto ou a separação...
Sabia que o que o trazia ali era mais importante que todas as causas e tudo se encaixava plenamente no seu cérebro já construído...
Tinha a força e jovialidade da infância...

Passaram anos...
e o seu corpo recuperava a forma de adulto, jovem e criança...
Contudo, ia perdendo as memórias de outrora...
agora, criança de corpo e mente, despojado de tudo, das razões porque ali se encontrava, das ilusões e formatações ...sentia-se aquele que tudo sabe mas na pureza e inocência infantis...e brincava com a vida, como uma criança brinca com uma bola, um brinquedo...
A luz da pureza iluminara-lhe os olhos...
Sentiu-se, de repente, desfalecer...
Já não pertencia àquele mundo...
Regressava ao ventre materno...
E, num orgasmo, eis que estava no seu Mundo, o Mundo que tanto esperara!...