quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Para reflexão...








Não são minhas estas reflexões..mas aplicam-se e deixaram-me a reflectir...


O Feitiço do Tempo
Escrito por Silvia Romão on Sep 26, 2012 04:00 am

Phill: Do you know what today is?
Rita: No, what?
Phill: Today is tomorrow. It happened.
[Phill: Sabes que dia é hoje?
Rita: Não, que dia é?
Phill: Hoje é amanhã. Já aconteceu]
Há uma comédia de 1993 que sempre me fez refletir. Chama-se O Feitiço do Tempo e conta a história de Phill, um meteorologista de televisão que é enviado para uma pequena cidade de província para fazer a cobertura de um evento. É um trabalho que não gosta, já que sente que as suas capacidades estão muito acima daquilo. Mas com o receio de perder o emprego (e assim perder a oportunidade de um dia ter o protagonismo que acha que merece) aceita fazer o trabalho. Mas, azar dos azares, acontece que fica preso no tempo. Ou seja, acorda sempre no mesmo dia, no mesmo local. No dia da reportagem, na maldita cidade do interior. E tem de lidar com as mesmas situações que se lhe apresentam exactamente da mesma maneira.
Na primeira vez que vi, na altura em que saiu, achei o tema curioso e gostei do tom bem disposto do filme. Hoje dei por mim a pensar nele e a concluir que, apesar da ironia e da fantasia, a personagem principal – Phill – é um espelho da nossa própria realidade. Se não vejamos:
Tal como Phill, não nos sentimos motivados com o nosso trabalho. Sentimos que temos mais capacidades. Que estamos subvalorizados. Que os nossos esforços não são reconhecidos.
Ainda mesmo antes de passarmos a porta de entrada do nosso local de trabalho assumimos que o que nos vai ser dado para fazer vai ser um trabalho aborrecido, uma tarefa menor, mais do mesmo.
Consequentemente passamos o dia mal dispostos, a fazer o nosso trabalho de forma automática.
Tudo isto faz com que o dia de amanhã seja exactamente igual ao de hoje.
O que fazemos é, tal como Phill no início, adaptar-nos e repetir o nosso comportamento todos os dias. Como se fosse o mesmo. Aparentemente não há nada mais seguro do que saber com precisão o que vem a seguir.
Mas será que temos consciência da dimensão que estamos a dar às nossas vidas? Mais: será que este padrão de repetições está a contribuir para a nossa felicidade?
No meu caso, tal como Phill, a rotina fez todo o sentido. Durante 10 anos. Fazer sempre a mesma coisa. Todos os dias. Até ao dia em que o meu copo estava cheio de contrariedade, de mau feitio, de revolta, de raiva, de frustração. Ao fim de 10 anos tinha um ordenado melhor, sim. O título no cartão de visita era mais sonante. Mas, na prática, continuava a fazer pouco ou nada diferente do que sempre tinha feito. Das 9h00 às 19h00. Com menos motivação. E a olhar pela janela com uma curiosidade crescente de como seria o mundo lá fora.
Durante 10 anos estive sob a influência do Feitiço do Tempo. Desde que tomei consciência disso, aos poucos tenho vindo a descobrir que a melhor forma de quebrar esse feitiço é olhar-me ao espelho de manhã antes de dar início ao meu dia e colocar-me duas questões:
Estou onde gostava de estar?
Se não, o que estou a fazer para lá chegar?
E sair com o compromisso de que, se não o dia todo, pelo menos 5 minutos serão dedicados àquilo que realmente gosto. A trabalhar para que no dia seguinte consiga acrescentar mais 5 minutos. Até ao dia em que, de tanto colecionar 5 minutos de qualidade, já não há espaço para rotinas.
E, de repente, todos os dias são diferentes!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Na bagagem...



Na bagagem um pouco de tudo e um pouco de nada...
Tinha deitado fora as roupagens que  já não lhe serviam...
..caminhava...passos largos  e titubeantes...
para o lugar do inatingível, algures nalgum beco de um
qualquer horizonte longínquo e inacessível...
Como sair dali, deixar para trás todo o conteúdo
daquele bagagem pesada e leve, despojar-se dos
trajes sujos e rotos e reencontrar finalmente o caminho de volta,
o caminho do Percurso cuja Luz se mantém sempre imperturbável
e constante, sem luzes que piscam e se apagam ao mínimo sopro
de uma brisa de vento?
E os passos continuam, teimosos, colados à calçada tortuosa de uma vida!...

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Coração verde-amarelo-laranja-vermelho



Meu coração é como o vento, corre veloz...
e muda de cor, conforme as estações do ano...

Corpo e coração batem ao ritmo das cores da natureza...
Na Primavera floresce, qual cor verdejante dos prados, fresca e tudo em mim vibra fulgurante de vida!..

Depois, com o Verão, todo o meu ser se abre para receber o calor que a natureza me oferece, acolhendo-o no meu peito...

No Outono as sensações vibrantes vão ficando cada vez mais torpes, decaindo, quais folhas secas e desiludidas, cadentes de uma árvore outrora verdejante de vida....

Vem o Inverno e toda eu caio num torpor lânguido, quase como se minha alma hibernasse, deixando-me permanecer na sonolência e melancolia dos dias curtos e cinzentos..

Mas eis que de novo volto a florescer com a Primavera!

 E tudo volta a rodar ciclicamente, tais como os ciclos da vida , num ir e vir constante esquemático e harmonioso, como se tudo fosse realizado para nos exemplificar que tudo na vida é efémero, que tudo se desenrola num esquema perfeito de cores ora  tristes, ora alegres, ora felizes, ora infelizes, pois o que realmente interessa está no valor perene do SER.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Minha lágrima..para uma flor...



Agarrei minha lágrima na palma da minha mão...
sentia-a quente, ardente, queimando, sofrida...
Lágrima de alguém que sente...
Lágrima doce e amarga, triste e nostálgica...

Agarrei-a, quase queimando os meus dedos...
e pousei-a levemente numa flor que me olhava...
Sorriu e abençoou a lágrima, acolhendo-a entre suas
pétalas que logo se abriram uma a uma, numa entrega
de amor, viçosa, agridoce...e extasiada!...

Cânticos de anjos se ouviram ao longe...

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Aquele pôr do sol



- O que é que a senhora está aqui a fazer sentada? - sou subitamente acordada dos meus pensamentos, por uma vozinha curiosa de criança...

- Estou a ver o pôr-do-sol!Vês como é lindo? - sorrio em troca...

- Não consigo ver!...- responde a criança.

E fico ali sentada, diante da beleza que me é oferecida pela Natureza, meditando nestas palavras acabadas de serem presenteadas por um ser tão puro...

Se até os olhos luminosos e inocentes de uma criança não conseguem vislumbrar a Sumptuosidade e a Luz daquilo que me está a ser oferecido sem ter pedido!
... e então agradeço ao Sol pela sua luz ..agradeço o fim de um dia de aprendizagens e um novo que virá renovado de esperança e com novas lições para aprender...
agradeço àqueles que cruzam o meu caminho e que, mesmo às vezes não estando presentes fisicamente, estão dentro do meu coração e a todos os que me fazem percepcionar esta Luz que vai aumentando dentro de mim a cada dia que passa...com esforços e esperanças redobradas!...
Grata sou...

domingo, 9 de setembro de 2012

Fujo...



Fujo...para lugar nenhum...
Talvez de mim, talvez dos meus fantasmas...
Fujo...
e nesta correria frenética...tropeço, caio, levanto, na constante tentativa
de permanecer, não correr, ficar apenas..
Mas num torpor lânguido das minhas pernas, estremeço...
e recomeço nessa fuga vã para o encontro comigo mesma...
Fujo..
deixo para trás o que fui e procuro o que sou...

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Ausência



Guardo uma ausência que não encontro..
ausência de mim...
descoberta infrutífera e precoce...
de um eu perene e frágil...
solidão dorida de perdas não perdidas...
cores efémeras que me transportam
para barreiras intransponíveis
de um abandono inato do ser...