segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Encontro fugaz



Recordava-se exactamente como se fosse hoje, daquele dia, nublado e chuvoso em que esperava pela chegada do comboio, olhando as horas, divagando, como fazia sempre, olhando o espaço, como se uma parte de si nunca estivesse estado ali...

De repente, eis que uma porta se abre e, como uma aparição celeste, dois olhares se tocam, perpetuando para sempre aquele momento, como se o tempo tivesse parado naquele instante, como se todas as vidas se fundissem naquele momento mágico de encantamento...e ambos os olhares se tocaram eternizando o sentir de inexplicável sintonia!...Dela apenas recordava o seu rosto de miúda com bexigas, os seus longos cabelos negros ..e o olhar..aquele olhar onde encontrou o seu ser!




Nunca imaginara...mas naquele dia de sol, inesperadamente, após vários anos, eis que surge , por entre a multidão, o mesmo olhar  cujo toque se afunda étereamente no seu, como se toda uma vida fosse compilada e representada nesse instante fugaz, terno e perpétuo...


domingo, 21 de outubro de 2012

Sonhos



Flutuo por entre nuvens de sonhos...
como flocos de algodão doce...
deslizam e desaparecem no horizonte azul...

Tento em vão apanhá-los, tocar-hes, amaciar minhas mãos...
mas eles fogem, escapam por entre meus dedos, rigidos, torpes,
de tanto esperarem o alcance do SONHO...

E cada dia que passa, a vida molesta  e tropeça
nos sonhos que me escapam...

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Dor vazia



Oh dor, dor cruel, dor pungente,
dor de vazio...
dor que apunhala,
dor inclemente, dor que corróis...

Dor que destróis...
não te quero mais oh dor...
adormece aí quietinha lá no fundo do teu ser...

Não voltes, dor impiedosa...
Semeia rosas e não espinhos..na terra por onde passas, disfarçada de amor...

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Castelos no ar



Deixem-me desenhar os meus castelos no ar...
esbatidos a tintas de todas as cores...
lançados aos ventos no Céu azul do firmamento..

Deixem-me desenhar os meus castelos no ar...
cavalos alados transportando, velozes, os meus pensamentos...

Levem-me as tintas, levem-me as cores...
levem-me até os meus cavalos alados...
mas..deixem-me desenhar os meus castelos no ar...

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Na solidão dos meus dias...



Na solidão dos meus dias...tenho encontro marcado comigo mesma!...
Encontro o aconchego quente do meu próprio colo...
o calor das asas dos anjos que protegem e velam por mim...
o amor que procuro no simples olhar telepático de um felino...
o calor dos meus lençóis e o descanso da minha almofada, única detentora dos meus segredos...
o meu porto de abrigo...e a esperança de  encontrar uma mão amiga,
um simples olhar, um abraço mais apertado e sentido...

Na solidão dos meus dias há sempre o despertar de um novo dia,
um amanhecer para uma nova vida...encetando monólogos constantes com o meu Eu superior afim de encontrar as respostas para a minha existência...

domingo, 14 de outubro de 2012

Botão de rosa



Teu coração é como um botão de rosa,
fechado, com espinhos, dificeis de retirar...
Ele é belo, majestoso, cor de paixão,
mas com o tempo...fechou, procurando-se, sagrando de dor, em si mesmo...

Permite-me que retire aos poucos esses espinhos que teimam em não sair...
Permite-me que faça desabrochar esse botão de rosa do teu coração,
para que desflore em pétalas rubras de amor...para nunca mais se fechar...

Permite que o pólen dessa flor seja transformado no mel da vida...

Abre o teu coração de rosa!...

sábado, 13 de outubro de 2012

A ponta do arco-iris



Passeava à beira-mar quando, por entre as nuvens brancas de algodão,
vislumbrei a ponta de um arco-iris...
Tal como uma luzinha ao fundo de um túnel ali estava ele em todo o seu
esplendor à minha espera, aguardando que eu o puxasse para mim,
brilhante, radiante de ternura e esperança...
Senti-o quase tocando meu coração, quase acariciando-o,
dando-lhe a Luz que o aqueceria por esses breves momentos...

Envolta em sonhos



Envolta em sonhos, adormeço exausta,
rendida a um torpor lânguido dos sentidos,
numa espera contínua de um além celeste e longínquo, rodeado de anjos...

Quero tocá-los, sentir-lhes as asas leves e macias...
mas minhas mãos endurecem e paralisam
perante tamanha impenatribilidade das
penas alvas e soltas dos seres que, por detrás dos véus,
imperturbáveis, me assistem, comovidos, ao verem
uma lágrima que teima em cair dos meus olhos cansados
e desgastados pela ilusão daquilo que vejo...


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Resgate de memórias perdidas



Algures no tempo, no espaço...
existirão os arquivos bem fechados e guardados, cobertos de véus que toldam a visão...
de vidas e vidas esquecidas e esperando ser recordadas...

Nesses registos akáshicos possuo a memória do que fui, do que sou e do que serei...só eu me poderei permitir resgatar essas memórias e deixá-las fluir, destapando os véus que as cobrem aos poucos...

Possuo o tesouro de mim própria num baú resguardado pelas barreiras das ilusões...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Salpicos de ternura




Turbilhões de ondas de amor,
mescladas com salpicos de ternura,
flocos doces de carinho...
com sabor agridoce...
toques suaves de almas,
perdidas, ao encontro...

E tudo se desfaz...quais bolas de sabão lançadas ao vento,
tocando ao de leve as asas dos anjos que dormem, cansados,
à espera do Amor que tarda mas não finda....

sábado, 6 de outubro de 2012

Quero gritar ao mundo


Quero gritar ao mundo que estou aqui e agora!...
Que sou gente, gente que sente...
Gente que sente e ama...até as pedras da calçada!..

Quero gritar ao mundo...
e ouvir o meu eco...
eco de amor pelas águas que correm nos rios e mares,
pelas árvores soltando-se ao vento,
pelos seres meus irmãos nesta caminhada para a vida...
pelos animais que soltam vozes ao céu...
pelas estrelas, pelo sol, pela lua...
e tudo o que me faz sonhar...
e ter esperança no novo dia que virá em todo o seu esplendor!...

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Abrir as janelas de par em par...



Abrir as janelas de par em par...
Soltar as cortinas que me toldam a visão...
Deitar fora tudo o que o meu ego esconde e cheira a mofo...
todos os filmes inventados, todas as histórias contadas a mim própria...
tudo o que apodrece a minha essência, corroendo-a aos poucos...

Deixar entrar...a Luz dos dias divinos...
o amor, a fé, trazidos nas asas dos anjos...
a brisa que pertence ao sopro de Deus...

...fechar os olhos e mergulhar na imensidão do infinito azul ...