quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Prece a mim mesma



Cala o meu coração
da mágoa, da revolta, da tristeza,
da saudade, da incerteza,
da amargura, de solidão...

Emudece os meus lábios
de palavras de angústia,
de desespero, de azedume,
de infelicidade...

Desperta a minha mente
para a sabedoria,
para a Luz,
para a clarividência daquilo que permanece
para além do visivel!..

Permite que minha boca, meu rosto, meu corpo,
expressem alegria, doçura, bondade, ternura,
amor e felicidade sentida!..

Permite abraçar de novo a menina que há em mim!...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Plantar o meu jardim interior


Sempre sonhei plantar um jardim interior..dentro de mim..bem lá no mais fundo do meu Eu...
Atirar sementinhas e deixá-las florescer...flores de todas as cores, na maioria amores-perfeitos ...flores violetas, laranjas, verdes, azuis..

..Mas às vezes as sementinhas teimam em não  dar flor ou então esqueço-me de as regar..e lá vou eu de novo ao meu jardim interior tentar cuidar melhor das minhas pequeninas florinhas de todas as cores!...

...O meu sonho seria ver essas pequeninas flores transformarem-se numa enorme flor que envolvesse com as suas pétalas e seu aroma todos os seres do Mundo, pulsando como um coração cheio de Amor!..

domingo, 25 de setembro de 2011

Solidão


A dor da solidão..dói-nos desde que nascemos!...
Jamais poderemos lutar contra as trevas da solidão, jamais poderão ser combatidas directamente, nem a escuridão, nem o medo do isolamento!..A razão é que todas essas coisas não existem; elas são simples ausências de alguma coisa, assim como a escuridão é ausência de luz. "Solidão" é similar a escuridão!...
Solidão e solitude são sinónimos no dicionário, mas a existência não segue seus dicionários e ainda ninguém tentou fazer um dicionário existencial que não seja contraditório à existência.
Solidão é ausência..não conhecendo a nossa solitude, surge o medo..medo de estar só, apegamo-nos então a algo, a alguém, a algum relacionamento, só para manter a ilusão de que não estamos sózinhos!..Mas sabemos que estamos!...daí a dor!..
Por um lado, apegamo-nos a algo que não é real, que é apenas um arranjo temporário, um relacionamento, uma amizade..E enquanto estamos nesse estado, criamos uma pequena ilusão de esquecer a solidão..Só que, subitamente, a seguir, tornamo-nos conscientes de que o relacionamento ou a amizade não são permanentes. Ontem, conhecia esse homem ou essa mulher, e eram estranhos...hoje são amigos...e quem sabe àmanhã!...Amanhã podem ser estranhos novamente...e eis o sofrimento!...
Esta fugaz ilusão dá um certo alivio, mas não pode criar a realidade para que todo o medo desapareça!..Reprime o medo, sentimo-nos bem ou tentamos sentirmo-nos bem, mas apenas à superficie!..Mas atrás da ilusão - e a ilusão é tão fina, que se pode ver por trás dela- há dor no coração porque o coração sabe bem que àmanhã as coisas podem não ser as mesmas...e elas não são as mesmas!...
Mesmo que uma esposa ou marido permaneçam juntos toda a sua vida, isso não quer dizer que o amor permaneça o mesmo. De facto, em vez de lhe dar uma companhia, lhe dão um peso para carregar e temos que carregar outra pessoa solitária...E, acaba a esperança, porque, uma vez que o amor desaparece, ambos ficam sózinhos!...
Agora não é uma questão de se estar encantado um pelo outro , no máximo há tolerância  e paciências mútuas!..A solidão não mudou pela estratégia social do casamento!
Todo o esforço que tem sido dirigido para evitar a solidão fracassou, porque é contra os fundamentos da vida...o que é necessário não é alguma coisa com a qual possa esquece-la!..O que precisamos é tomar consciência da nossa solidão (que é a realidade), experienciá-la, senti-la, reparar como é bela, porque é a nossa liberdade da multidão, do outro...é  a liberdade do medo de ficar só!
Só a palavra "solidão" lembra que ela é como uma ferida, alguma coisa é necessária para preenchê-la..há um espaço vazio que dói e que precisa ser preenchido!
A palavra "solitude", contudo, não tem o mesmo sentido de um ferimento, de um espaço vazio que precisa de ser preenchido..por si só é completude! A pessoa é integral, não há nenhuma necessidade de ninguém mais a completar!...
Encontrando o nosso mais profundo centro, onde sempre estamos e estivemos sózinhos!..na vida, na morte, onde quer que estejamos, estaremos sós!...Mas esse estado é tão pleno, não é vazio, é Vida com todas as belezas e bençãos da existência e quando conseguirmos chegar à solitude, a dor da solidão desaparece!..Em vez disso, um novo ritmo de tremenda doçura, paz, alegria, felicidade, estará presente!...
Teremos amigos, mas estes já não serão uma necessidade, é apenas um compartilhar..."Ele tem tanto, ele pode compartilhar!..."
Porque amizade pode ser de dois tipos: uma é a amizade na qual se é um mendigo - procuramos alguma coisa do outro para aliviar nossa solidão - e o outro é também um mendigo, ele quer o mesmo!... E naturalmente os mendigos não se podem ajudar um ao outro!..Logo eles verão que o mendigar deles dobrou ou multiplicou a necessidade!..Em vez de um mendigo, agora são dois! E, se desafortunadamente, eles tiverem filhos, então, são toda uma  companhia de mendigos, estarão pedindo e ninguém terá nada para lhes dar!..Todos ficam zangados e frustrados e todos sentem que estão sendo enganados, logrados!..Mas ninguém está a enganar ou a lograr ninguém!..
Há que buscar a "solitude" , esquecer a solidão,a escuridão, esquecer essa dor!..A experiência da solitude irá dispersá-las instantaneamente!..Apenas permanecer atento à mente, tornar-se cada vez mais consciente, e, por conseguinte, de si mesmo!...e atingir a solitude!..

(Palavras transcritas de ensinamentos de um desses mestres (discipulo de Osho), que aparecem nas nossas vidas, quais anjos em terra e  as quais registo para que sempre fiquem guardadas na minha memória..resposta a uma das minhas maiores perguntas existenciais - a solidão!)...Grata eternamente por estas palavras, P.A.!! 


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Surfando nas ondas do meu mar



Surfando nas ondas do meu mar..sou levada pela força estonteante desse constante vai-vem das águas...
tento equilibrar-me na minha prancha, no meu ser interior, esforçando-me por estabelecer uma harmonia entre mim e essa força da Natureza, o domínio do meu "Eu" mais profundo e superior!...

Balanceio-me, estonteando, e regresso de novo ao sabor da onda, equilibrando-me na prancha que me apoia!..

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dentro dos teus olhos



Deixa-me entrar...
dentro dos teus olhos...
saborear o doce mel da tua íris...
Aconchegar-me na paz do teu olhar...
Embrenhar-me na tua essência!...

Ver-TE e não sonhar-TE!!
Voar contigo nas asas desse sonho...
Que só o teu olhar transporta!...

E aí ficar, para sempre...
dentro da ternura e macieza desse olhar!...

Deixa-me entrar
dentro dos teus olhos!...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Busca da Felicidade


Buscar a felicidade...onde está? ...porventura na nossa verdadeira essência, no nosso eu mais puro, no encontro com o nosso interior mais profundo, conectando-nos com o Infinito, o Universo ...

Quando nascemos, despojados de tudo, apenas na nossa verdadeira essência, colocam-nos logo uma "persona" (máscara), encarnamos logo uma personagem feita à imagem daquilo que nos rodeia...somos corrompidos, e logo a essa essência divina, a nossa pureza, fica submersa ou suspensa dentro de nós!..

Por isso, formatados por todo o mundo que nos rodeia, cegos perante o poder dos sentidos que nos toldam a visão do Real, continuamos infelizes, atingindo, de vez em quando, aquilo que pensamos, ser estados de felicidade!...

Mas...seremos FELIZES apenas quando voltarmos ao nosso estado mais puro, à nossa verdadeira ESSÊNCIA e isso, todos poderemos atingir, mas poucos o conseguirão!...

sábado, 17 de setembro de 2011

Dor de poeta


Dor de poeta..é profunda, atrós...
É um constante sentir-se só perante a gente,
É um querer e não querer,
É um contente, descontente,
É como um pássaro preso na gaiola,
É um constante querer soltar-se...mas continuar cativo!
É amar tudo e todos e jamais se sentir amado,
É chorar, chorar, chorar, sem razão...
É a solidão que se impregna no coração e na alma...
Corroendo aos poucos o Ser...

É tudo, é nada...é loucura, é dor, dor, dor de quem deveras sente...

(Ao meu amigo Villar...sei o que sente!...embora não tenha essa veia de poeta!)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Pés descalços na terra


Pés nus na terra quente,
De uma alma dormente, mas que sente...
Sente a seiva da terra-mãe entrando, elevando-se até ao mais alto de si...

Dançam os meus pés descalços sobre a chama da terra que me grita,
Cheiro a terra molhada...amor entre nós!...

Mãe-terra, quero sentir-te nos meus pés deambulantes,
tentando encontrar o teu seio, seio que me acolhe...

Quero ver-te, quero sentir-te a latejar de verde, azul...
Bela como só tu, vibrante e latejante de Amor!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Mudança


Se existo no "aqui" e "agora", pressupondo que não existe noção de espaço nem tempo, estando o meu "Eu" em constante mudança...permanecerá o meu "Eu" mudado e transformado no "aqui"" e "agora" para "sempre"?

Não estarei mudando no espaço e tempo, porque dentro do meu "Eu" o tempo e espaço não existem...serei talvez intemporal e omnipresente?!!

(Reflexão de alguém em completa construção e transformação interior!!-uma ondinha espraiando-se e destruindo castelos de areia..construindo outros palácios...)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Desperta a criança interior



Dorme profundamente no meu interior uma criança de coração terno, mas adormecido...Tem sono leve e de vez em quando desperta, esfrega os olhos sonolenta e tenta perscrutar o mundo à sua volta!...

Quer rir, mas às vezes chora!...Quer brincar..mas fica quieta, vendo as outras crianças sorrir!...Quer juntar-se a elas, mas tem medo, muito medo, de não ser assim, como elas, lindas, alegres, saltitantes, soltas!...

E lá adormece outra vez...porque só sabe estar assim, no seu canto, tímida, sonhando e indagando!...

domingo, 11 de setembro de 2011

O meu refúgio


Refugio-me nas palavras que escrevo  e não penetro!..escorridas ao sabor da pena, tintas de cor de sangue..
cor de sangue que fervilha nas veias e grita para sair, escorrer para fora e ...espraiaram-se, quais ondas conturbadas à espera de tocarem os pés de alguém que por ali passe, desprevenido, no momento!...

Essas ondas que teimam em viver num mar de Amor que se quer espalhar por aí!...queira alguém banhar-se no meu mar!...

sábado, 10 de setembro de 2011

As lágrimas que sequei


Aonde estão...
as flores que desenhei?
os sonhos que pintei?
os desejos que esculpi?
as paixões que matei?
as dúvidas que deixei?
os sonhos que arrecadei?
as sombras que apalpei?
as palavras que gastei?
o amor que sonhei?
as lágrimas que sequei?...

Castelos de areia, levados pelas ondas do mar...

As minhas ondas




AS ONDAS DE ONDINA


sinto o sangue em lava. talvez seja vulcão... e, um gume que escava, no fundo, a minha razão...
a lava espraia-se e abate o seu castelo.. mas há mais do que pesadelo... o sonho a corrigir o belo!

os seus castelos não teem porto... o abrigo é inseguro... mostre-me o seu apelo e serei o seu "cavaleiro" do futuro!

a Amizade nasce sem pedir...
as reticências coloca-as você...
eu deixo a pena fluir...
não me pergunte porquê!

em tom desolado pediu-me um poema
mas que raio de vida esta que esqueço
ao lembrar a minha vontade piquena
mas como a mim eu sei: mereço

e se peço sem preço o valor
para lhe dedilhar meus acordes,
mate-me de suspiro o alvor
e verá que são mudas as palavras
quando mordes o ânimo do Amor!

para ti Ondina

com estima e Amizade

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Bela adormecida


Desperto, olhos ainda enevoados, de um sono profundo, moribunda durante quase um século!...O sangue parado nas veias, a alma empedernida, o corpo dormente!...

Eis que surge um ser divino...será um anjo, será um principe, será apenas uma luz? Vem, veloz, aproxima-se, no seu cavalo branco alado...vejo-o aproximando-se cada vez mais, como se fosse um sonho, os olhos ainda pesados, não consigo abri-los!..

Eis que chega, se prostra, de joelhos, me acaricia, me dá um beijo e...renasço para uma outra vida, desperta, finalmente, de um sono pesado, de um negrume que só um cavalo branco alado, um bater de asas pode desencantar para sempre!...

terça-feira, 6 de setembro de 2011

A busca incessante de respostas


Procuro às cegas a porta que me levará ao caminho da descoberta das respostas para as minhas perguntas!...Tal como um cego, tacteio aqui e ali algures dentro de mim...as respostas passam por mim como "flashes"...às vezes passam tão repentinamente que nem as consigo vislumbrar!...
A porta está lá, eu sei, sinto que está bem perto, ao meu alcance!...
Este caminho às cegas é penoso desde o dia em que me desventraram de dentro da minha mãe!.. Certezas há poucas, dúvidas muitas..acabamos agarrando-nos a crenças como se elas fossem tábuas de salvação!...

A porta está dentro de mim, vou abrindo aos  poucos...lá do outro lado um caminho feito de LUZ com todas as respostas às minhas questões...Queira eu seguir-me a mim própria!...

sábado, 3 de setembro de 2011

Flor de lótus

"A flor de Lótus nasce na água, flutua sobre a água, mas não fica molhada. Você também deve estar no mundo da mesma forma – nele, por ele, para ele, mas não dele. Essa é a característica especial da educação mais elevada (Vidya), prepará-lo para esse papel. Ou seja, com o coração imerso no Divino e as mãos ocupadas no trabalho, você deve viver assim na terra. O Amor não deve degenerar em um artigo de comércio. O Amor preenche a si mesmo com Amor.” (Sai Baba)



Com as raízes agarradas à Terra-mãe, alimentada nos seios da água, eis que cresce a flor de lótus estendendo os seus braços para a Luz e o calor que lhe acariciam as pétalas!...

Pertenço à terra, alimento-me de água, mas procuro subir à tona, agarrando-me com todas as forças às margens, para receber a Luz que me pode desencarnar e desamarrar dos meus pesadelos e tormentos mais profundos, submergindo do lodo e abrindo as pétalas para receber a Iluminação!


Amores vagueantes


Amores vagueiam, perdidos...encontram-se perdem-se...
Ferram-se ao ser como insectos que nos sugam a alma sem piedade...
Vagueiam errantes, perdidos...

Querem encontrar o seu lar, aconchegante, o sítio onde ficariam para sempre, aninhados, acarinhados e amados, como se ao ventre materno regressassem!..

Todos procuram em vão este regresso ao seio materno! Desprevenidos, querem reatar o cordão umbilical que, cortado, os desprotegeu do aconchego e protecção!...