domingo, 31 de julho de 2011

Mergulho ao fundo de mim



Mergulho ao fundo de mim mesma,
Volto à tona quase sem respirar,
É dificil este regresso...

Algo me puxa com mais força
para dentro de mim mesma...

Quando regresso...
Respiro...Inspiro e expiro..
Vejo que todo o ar
à minha volta é uma benção
que me foi dada!...

E que talvez algo dentro de mim
deite cá para fora um
sopro de Amor...

Quem sabe esse pequeno sopro possa tornar o ar que respiro um pouco menos denso e turvo!...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Dor e prazer


Dor e prazer andam de mãos dadas...
Ou será uma a consequência da outra?

Porque o prazer só é apreciado,
depois de ter existido dor...
E dor fere porque já experimentámos o prazer?!...

Ou será que prazer e dor estão misturados?...
E não vivem um sem o outro!...

O que vale é sentir!...

Dor, prazer...

Sei, que no final desta tormenta,
Estarás lá a minha espera,
de braços abertos com todo o prazer e felicidade que o Universo tem para nos oferecer!...

Reencontrar-nos-emos de novo!...Espera só um pouco...

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Abraço de criança


Abraçar uma criança é como abraçar o Mundo...
É abraçar a ternura, a doçura, a pureza, o amor incondicional...
É o regresso à nossa infância...


E apetece ficar ali dentro daqueles bracinhos pequenos, mas  ao mesmo tempo tão fortes, como se, por magia, o tempo parasse, e ficasse protegida de tudo o que me ameaça fora do abraço quentinho de uma criança!...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Barreiras intransponíveis


Sei que para lá chegar, falta um pouco!...transpor algumas barreiras, quebrar grades, quebrar janelas de vidro opaco, escalar montanhas!...Está tão perto, eu sei...mas não chego lá!...

Do outro lado do muro está a felicidade...sei que está ao meu alcance...mas insisto em colocar paredes de vidro fosco no meio, através dos quais só consigo vislumbrar um pequeno arco-íris de paz, harmonia...felicidade!...E vagueio sobre estas ondas feitas de amor por breves instantes!...

Tenho que transpor estas barreiras..sei que posso chegar lá!..

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Pegadas da vida


Deixo para trás as marcas das minhas pegadas da vida...quero que fiquem bem marcadas pelos "lugares"  por onde passo!...

Quero que nada as apague... porque pelos sítios por onde passar, quero deixar um rasto de algo bom que tenha  dentro de mim, que para sempre fique vincado com firmeza no chão da vida!...

Nem a chuva, nem o vento, nem o poder das ondas, as apagarão!...

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Entre o crepúsculo e a penumbra


Encontravam-se apenas naqueles breves segundos em que o dia encontra a noite e a noite encontra o dia, no meio do crepúsculo, da penumbra...e nesses instantes, o Mundo párava!..
As suas almas reencontravam-se por momentos, o tempo ficava quieto a observar os seus olhares a cruzarem-se ternamente, as suas mãos trémulas e fugidias a entrelaçaram-se, o abraço terno, como que querendo permanecer, e um beijo longo mas fugaz...de repente todo este encanto se desfazia!...

Aquele breve momento, entre o crepúsculo e a penumbra, tinha dado lugar à luz do dia ou à escuridão da noite..e o encanto era quebrado!...Os dois seguiam então os seus caminhos, outrora traçados, na esperança de voltar àquele instante mágico !... 

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Anjo meu

Meu anjo...
amacia-me a alma...
não deixes que ela endureça...
não deixes que fique fria...

Afasta estes fantasminhas
que tentam em vão segredar-me coisas ao ouvido..
Não, não quero ouvi-los!!
Não, não quero estar aqui!..

Quero aninhar-me nas tuas asas macias
e voar para aquele sítio onde só existe
paz, tranquilidade e amor!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Um mar de cor violeta



Mergulho neste mar imenso de cor violeta e...sinto que é aí que quero ficar, é aí o meu lugar, o meu porto de abrigo de paz, tranquilidade, amor...

Luzinhas brilham, como pequeninos faróis, tentando indicar-me o meu destino, atravessando essa cor que me invade, pela qual sou rodeada...Esse mar de tranquilidade aninha o meu ser...e tudo se esvai à minha volta!...

E eu sou apenas uma daquelas pequeninas luzinhas que brilham no meio desse oceano de tom violeta!...

domingo, 17 de julho de 2011

Viajando com o vento



Para onde viajas, vento,
nessa veloz correria?

Leva, contigo, meu irmão vento,
os meus sonhos perdidos,
as minhas memórias vazias,
as minhas penas sofridas...

Poderás, trazer-me de volta,
esses sonhos realizados,
essas memórias preenchidas,
e quiçá, a minha alma renovada?...

Vai mais devagar, meu amigo vento!...
E quando passares, lembra-te de levar contigo as
minhas esperanças perdidas!...

sábado, 16 de julho de 2011

Apenas lutando...



Apenas lutando...
transcendendo o meu eu...

Abraço as minhas rosas
contra a nudez do meu peito...
gotas de sangue caiem,
limpo-as, evaporam-se...

Arranco os espinhos que ficaram
dolorosamente cravados
na minha pele dormente...

Luto contra essa dor que ficou
perpetuada no meu peito...

Luto apenas...
transcendendo os desconfortos
da alma...

E no meu corpo apenas fica...
a súbtil fragrância das rosas!...

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Volátil


O tempo parou...
Instante mágico...
O meu ser tornou-se volátil...
misturou-se com o ar à minha volta...

Sinto a leveza do meu ser...
Sou livre...
Eu e o ar respiramo-nos...

A minha mente e o meu coração,
fundem-se...
numa sintonia de amor...
que se dilui e transpira
através dos poros da minha pele...

Os meus olhos fecham-se,
vislumbro o etéreo...

terça-feira, 12 de julho de 2011

Os "nãos" e os "medos"


Os negativismos e os medos, esses pequenos fantasminhas concebidos pela nossa mente e que nos assombram o cérebro, a alma e até se reflectem no corpo!..De onde vêm esses bichinhos carunchosos que por força nos querem corroer?

Será o nosso subsconciente indivual ou colectivo? Será o nosso lado mais negro que vem ao de cima? Ou apenas imaginação, histórias que a mente nos conta, mentindo?

Precisamos desses fantasminhas negros para encontrarmos na outra margem  as sombras brancas ou viveriamos bem sem eles?...

Deixemos os negativismos e os medos do lado de fora da nossa porta!...

domingo, 10 de julho de 2011

As árvores morrem de pé


As árvores morrem de pé...
Quando morrer quero  morrer de pé como uma árvore,
Talvez sem folhas, talvez ressequida,
Terei já espalhado, contudo, várias sementes ao vento,
Terei dado alguns frutos uns sumarentos, outros amargos,
Terei oferecido a minha sombra,

Mas estarei sempre de pé...até quando morrer!...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Aqui e Agora


"Observando profundamente a vida como ela é, aqui e agora, é que permanecemos equilibrados e livres" (Bhaddakavatta Sutta)


..Estou sentada e assim permaneço no Aqui e Agora!...e assim quero estar!...Sossegadamente...sem olhar para trás, no que passou, não pensar no que virá!...respirando cada segundo de sopro do ar que respiro!..
Deixem-me ficar aqui quieta só observando o minuto que passa e saboreando!...

Só quero ir ali fora espreitar a Lua e as estrelas!...até já!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Os verbos ter, precisar, dever



Que historietas a mente nos conta!...
E, sem sabermos como, somos arrastados sempre conjungando os verbos "dever", "ter de" e "precisar de..."  ...
Desde pequenos, "temos que"  fazer com que gostem de nós, temos que agradar, temos que, temos que!...

E caiem sobre nós enxurradas de infelicidade que vão alagando todo o nosso ser!...afundamo-nos aos poucos cada vez que vamos acreditando sempre nestas historietas que a nossa mente nos vai contando, martelando-nos o cérebro:

"Devias ter, devias, ser, devias ter feito, DEVIAS... DEVIAS... DEVIAS..."

"Tens que ser, "tens que fazer", "tens que agradar" , TENS...TENS...TENS.."

"Preciso de..", , "PRECISAS...PRECISAS...PRECISAS..."

Na relidade, só seremos felizes se deixarmos de conjugar estes verbos! Melhor conjugar o verbo SER.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Um colinho




Quando abandonamos o colo da nossa mãe, ficamos vazios, perdidos...e continuamos fatal e irónicamente em busca de outro colo que possa substituir esse que nos foi arrancado quase à força e bruscamente!...

Porventura, encontramos um ou outro "colinho"  mais terno, mais quente,que nos acolhe e mima, mas nada que substitua o ventre de nossa mãe!...Andamos assim a vida toda, sem nos apercebermo-nos!...

Até que finalmente despertamos para uma realidade um pouco dura mas ao mesmo tempo reconfortante:
esse colinho que tanto procuramos, só nós poderemos oferecer a nós próprios!...

Quais matrioshkas, só dentro de nós poderemos reencontrar o conforto, a serenidade e ternura do colo da nossa mãe!...

terça-feira, 5 de julho de 2011

O céu como limite



Sinto as minhas raizes entrelaçadas com as raizes da minha árvore,
sinto a sua seiva percorrer ardentemente o meu corpo,
queima-me por dentro, incendiada de energia,
explosões de alegria e faíscas de felicidade
percorro o seu tronco,
a caricia da sua textura afagando meu corpo,

Olho o céu,
quase que bato com a minha cabeça no azul celeste do firmamento!

Sinto a suavidade doce e leve de mãos angelicais, acariciando
todo o meu ser...
Amor..Paz..Doçura...O tempo pára!...Abro os olhos...Os anjos olham-me ternamente...Cheguei ao céu!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Trancada na minha mente


Fechei a porta bruscamente e deixei lá trancado o meu pequenino ser...minusculo, magoado, ferido, cheio de cicatrizes, infeliz, solitário..Deixei-o lá ficar, cárcer de mim mesma...esperando talvez que algo ou alguém me viesse abrir a porta, me libertasse e me sarasse finalmente as minhas feridas!...

E ali fiquei, quieta, durante quase meio século...as feridas abrindo-se cada vez mais!...
Inexplicávelmente, soltou-se uma pequena brisa suave de amor, um pequeno sopro de ar terno...e a porta, já enferrujada e carunchosa, abriu-se devagarinho, lenta, lentamente...De repente, reparei que quem a abria era eu, sem me dar conta, era eu impelida por algum sopro de vida invisivel para os meus olhos..
Descobri, então que era eu e só eu que tinha o bálsamo para curar as minhas próprias feridas  dilaceradas pelos anos..Só eu iluminada pela minha própria luz!...

Comecei então, a tentar sará-las uma a uma, devagarinho...